Saúde

HIV:terapia genética se mostra promissora

 

Uma boa notícia: A esperança da cura para o HIV (vírus da imunodeficiência humana) pode estar na terapia de edição genética CRISPR. Ela consiste em editar genes que estão por trás dos mecanismos usados pelo vírus para se replicar e causar do doenças.

 

Em estudo recente publicado na revista Nature Communications, pesquisadores da Northwestern Medicine, em Chicago, nos EUA, dizem ter encontrando 86 genes que podem desempenhar um papel na maneira como o HIV se replica e causa doenças, incluindo 46 que nunca foram vistos no contexto da infecção pelo vírus.O objetivo dos cientistas é entender como esse vírus pequeno e despretensioso com apenas 12 proteínas — e um genoma com apenas um terço do tamanho do coronavírus, por exemplo — sequestra as células do corpo para se replicar e se espalhar pelos sistemas.

 

No estudo, os pesquisadores propõem um novo mapa para entender como o HIV se integra ao nosso DNA e estabelece uma infecção crônica. Judd Hultquist, que é diretor do Centro de Genômica de Patógenos e Evolução Microbiana da Northwestern University Feinberg School of Medicine e principal autor do estudo, com uma melhor compreensão de como o vírus se replica, fala que o tratamento pode curar futuramente.


“Os tratamentos com medicamentos existentes são uma das nossas ferramentas mais importantes na luta contra a epidemia de HIV e têm sido incrivelmente eficazes na supressão da replicação e disseminação viral. Mas esses tratamentos não são curativos, então os indivíduos que vivem com HIV precisam seguir um regime de tratamento rigoroso que requer acesso contínuo a bons cuidados de saúde acessíveis – esse simplesmente não é o mundo em que vivemos”, disse o pesquisador.

 

No estudo, as células T — o principal tipo de célula alvo do HIV — foram isoladas de sangue humano doado e centenas de genes foram eliminados usando a edição de genes CRISPR-Cas9. As células “nocauteadas” (cujos genes foram inativados via edição genética) foram, então, infectadas com HIV e analisadas. As células que perderam um gene importante para a replicação viral apresentaram diminuição da infecção, enquanto as células que perderam um fator antiviral demonstraram aumento da infecção.


De acordo com Hultquist, o fato de sua equipe ter encontrado 40 genes que já eram associados aos mecanismos usados pelo vírus HIV para se replicar e causar doenças mostra que os métodos usados no novo estudo foram “robustos e bem pensados”. “A parte empolgante é que mais da metade – 46 – desses genes nunca haviam sido analisados ​​no contexto da infecção pelo HIV, então eles representam novos caminhos terapêuticos potenciais a serem investigados”, afirmou o cientista.

 

buscam encontrar novas terapias — e a possível cura — para o HIV se baseavam uso de células cancerígenas humanas imortalizadas (como células HeLa) como modelos para estudar os mecanismos de replicação viral do HIV. Embora essas células sejam fáceis de manipular em laboratório, elas são modelos imperfeitos de células sanguíneas humanas. Além disso, a maioria desses estudos usa tecnologia para diminuir a expressão de certos genes, mas não os desativa totalmente como com o CRISPR, o que significa que os cientistas nem sempre podem determinar claramente se um gene estava envolvido em ajudar ou suprimir a replicação viral.

 

 Redação Blog Dellas com informações dos veículos (Estado de São Paulo) e assessorias. Imagem de microscópio mostra célula T humana (em azul) infectada pelo vírus HIV (em amarelo).

 

Foto: NIAID/NIH

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