Heloisa Buarque de Hollanda é eleita para Academia Brasileira de Letras
A escritora e crítica literária Heloisa Buarque de Hollanda, de 83 anos, foi escolhida nesta quinta -feira, 20, para ocupar a cadeira número 30 da Academia Brasileira de Letras. Respeitado nome do pensamento feminista brasileiro, a autora se torna décima mulher imortal da Academia na história.
A votação aconteceu, pela primeira vez, por meio de urnas eletrônicas, que foram emprestadas à Academia pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro. Heloísa foi eleita com 34 votos, superando os escritores Oscar Araripe, Denilson Marques da Silva, José Gildo Pereira Borges e José Milton Monteiro Araújo da Silva.
A vaga agora ocupada surgiu depois da morte da escritora Nélida Piñon, em dezembro passado aos 85 anos. Ela ocupará a cadeira 30 que tem como patrono o jornalista e romancista Pardal Mallet e foi fundada elo carioca Pedro Rabelo. Além de Rabelo e Piñon, já ocuparam a posição Heráclito Graça, Antônio Austregésilo e Aurélio Buarque de Holanda —parente do primeiro marido de Heloisa.
Pesquisadora nas áreas de literatura, feminismo, culturas digital e de periferia e políticas culturais, Heloisa, é formada em Letras Clássicas pela PUC-Rio e tem mestrado e doutorado em Literatura Brasileira pela UFRJ. Fez pós-doutorado em Sociologia da Cultura na Universidade de Columbia, Estados Unidos. É diretora do Programa Avançado de Cultura Contemporânea (PACC-Letras/UFRJ) e coordena o Laboratório de Tecnologias Sociais, do projeto Universidade das Quebradas.
Ensaísta, crítica literária, antologista e editora, Heloisa tem como obras principais “26 poetas hoje” (de 1976), “Macunaíma da Literatura ao Cinema” (de 1979); “Impressões de Viagem” (de 1979), “Cultura e Participação nos anos 60” (1982), “Pós-Modernismo e Política” (de 1991); “O Feminismo como Crítica da Cultura (de 1994), “Asdrúbal Trouxe o Trombone: memórias de uma trupe solitária de comediantes que abalou os anos 70”, “Explosão Feminista” (2018), coleção “Pensamento Feminista” e “Feminista, Eu?” (de 2022).
Ocupante da cadeira 31 e presidente da ABL, Merval Pereira, destacou a atuação de Heloisa na disseminação da produção cultural de jovens e de áreas de periferia.
“ Heloisa é uma intelectual que há muito tempo estuda questões específicas da literatura brasileira, de jovens e de periferias. Ela se destacou como professora e estudiosa no trabalho de divulgação e análise dessas literaturas de cadernos de mimeógrafos, panfletos, distribuídos nas ruas. Descobriu neste veio importância cultural, lançou vários poetas importantes. Marcou presença na cultura brasileira e, por isso, está aqui “, disse Merval.
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