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Grupos bolsonaristas intensificam teoria falsa de infiltrados e acusam militares de omissão

Quem apoia o ex-presidente Bolsonaro ao extremo quer acreditar e anuncia que petistas e outros infiltrados foram quem tocou o terror com atos de vandalismo em Brasília neste último domingo. E haja comparações e histórias para se desvincular dos atos de depredação e terrorismo. Para estes os “Patriotas” (mesmo com vídeos provando o contrário) não agem com violência.

Um dia após os ataques em Brasília, a teoria falsa de que petistas infiltrados foram responsáveis pela depredação no Congresso dominou grupos bolsonaristas no WhatsApp e Telegram, que também disseminam mensagens organizando mais caravanas para a capital federal, protestos nas refinarias e paralisação de caminhoneiros.No monitoramento de grupos de WhatsApp do NetLab da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a mensagem mais compartilhada em grupos bolsonaristas desde as 16h de domingo (8) era um vídeo com uma mensagem dizendo que petistas infiltrados que estariam quebrando tudo.

Acusações da presença de infiltrados em grupos bolsonaristas têm sido bastante comuns desde o final das eleições.

Mensagens dizendo que petistas coordenariam uma invasão do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF) e culpariam os bolsonaristas, por exemplo, já tinham começado a circular em 8 de novembro nos grupos, segundo monitoramento do NetLab.Algumas delas diziam que vários ônibus estariam saindo de São Paulo levando “meliantes”, “torcedores da Gaviões” e “infiltrados do crime PCC” para “invadir o Congresso, Senado e o STF, dizendo que são a favor do Bolsonaro”.Parte dos textos diz que a mesma coisa teria sido feita na invasão do Capitólio americano, em 6 de janeiro de 2021, para culpar os apoiadores do ex-presidente Donald Trump. Outras mensagens diziam que havia militantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) disfarçados de “patriotas”.

“A maior parte das mensagens nos grupos bolsonaristas imputa todas as agressões à esquerda e aos movimentos sociais, e eles já vêm preparando essa narrativa desde novembro”, diz Marie Santini, coordenadora do NetLab. “Mas há também pessoas comemorando o ataque e querendo ir além nos protestos de domingo”, avalia.Desde domingo, frente à intervenção federal decretada na área da Segurança no Distrito Federal e desmonte dos acampamentos em quartéis, continuam com força os chamados para atos nos estados, em especial em frente a refinarias. O objetivo seria promover o caos e então uma intervenção militar.

Segundo levantamento do Netlab, as comunicações sobre protestos em refinarias começaram no dia 3 e a ainda circulavam com força nesta segunda-feira (9).Desde a noite de domingo, um forte esquema de policiamento impediu que manifestantes extremistas bloqueassem o acesso a refinarias em ao menos cinco estados.Além disso, muitos dos integrantes de grupos se queixam do que veem como uma omissão das Forças Armadas, que não estariam ajudando os “patriotas” a concretizar um golpe de Estado.No Telegram, os discursos oscilam entre os que ainda esperam por alguma ação dos militares e os que dizem que as Forças Armadas já os abandonaram, defendendo inclusive uma radicalização ainda maior.

Redação com veículos/A Folha de São Paulo- Imagem: Divulgação

E-mail: redacao@blogdellas.com.br

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