Vinte anos depois, Pernambuco perde espaço para Bahia e Ceará no ministério de Lula. Único confirmado é Mucio

 

 

Em 2002, quando conquistou seu primeiro mandato de presidente, Lula teve em Pernambuco, no segundo turno, 57,07% dos votos contra 42,93 % de José Serra. No Ceará chegou aos 71,78% e na Bahia a 65,70%. Com dois grupos o apoiando em território pernambucano, sua terra natal, e um forte adversário, o governador Jarbas Vasconcelos, Lula não fez por menos: destinou ao estado dois importantes ministérios do seu governo. Entregou a Saúde ao hoje senador Humberto Costa e Ciência e Tecnologia a Eduardo Campos, prestigiando o PT e o grupo do ex-governador Miguel Arraes, selando uma aliança PT/PSB que se mantém até hoje.

Agora, 20 anos depois, com 66,7% dos sufrágios pernambucanos em segundo turno, 69,97% no Ceará e 72% na Bahia, Lula decidiu premiar cearenses e baianos e, até o momento, só garantiu aos pernambucanos a vaga do ministro da defesa, José Múcio, escolhido muito mais pelo perfil, confiança e amizade do que por questões políticas. Já a Bahia emplacou o governador Rui Costa, na Casa Civil, e Margareth Menezes, na Cultura, o Ceará vem sendo cortejado para o Ministério da Educação através da governadora Izolda Cela ou o atual senador – ex-governador – Camilo Santana. Um dos dois vai assumir.

São cada vez menores as chances das cadeiras de Pernambuco no ministério se ampliarem. Cogitada pelo Solidariedade, seu atual partido, Marília Arraes está fora do primeiro escalão porque com apenas 4 federais a legenda não vai ter direito a indicação ao primeiro time. O Republicanos pensou em incensar o deputado federal Sílvio Costa Filho mas, como vai ficar independente na Câmara, desistiu. Outro pernambucano é o deputado federal Wolney Queiroz, do PDT. Ontem em Brasília se comentava que se o PDT ficar com Turismo ele tem chance, se for Trabalho pode ser que o escolhido seja Carlos Luppi.

A escala de prioridades

Fontes petistas garantiram a este blog que Lula tributa a Rui Costa e Camilo Santana a ampliação dos seus votos na Bahia e Ceará no segundo turno, o que foi fundamental para chegar na frente de Bolsonaro, e quer deixar clara sua gratidão. Já Pernambuco enredou-se numa briga intestina envolvendo PSB, PT e Marília Arraes pelo meio e, embora vencedora com Lula, a esquerda estadual saiu derrotada do pleito. Além disso, o governador Paulo Câmara, que estava cotado, foi abandonado pelos próprios socialistas que deram prioridade à indicação do ex-governador de São Paulo, Márcio França, para o Ministério. O prefeito João Campos chegou a declarar de publico o apoio a Márcio.

Wolney com força

Não será por falta de demonstração de prestígio que Wolney deixará de ser ministro. Aproveitou seu aniversário de 50 anos em Brasília esta segunda e promoveu um jantar de comemoração ao qual compareceram entre outros a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, muitos outros líderes petistas, o presidente da Câmara Arthur Lira, o deputado federal Augusto Coutinho, que representou o partido Republicanos, toda a bancada do PDT e quase toda a bancada de oposição a Bolsonaro, a qual ele liderou este ano. Detalhe: o PSD também pleiteia o Turismo.

Simone Tebet na Agricultura?

Na tentativa de resolver a resistência do PT à entrega da área social a Simone Tebet (MDB), a equipe de transição de Lula chegou a sondar a possibilidade de Simone aceitar o Ministério da Agricultura mas não teve êxito. Ontem ela procurou minimizar a ausência deliberada na diplomação de Lula e Alckmin dizendo, bem humorada, que foi tudo um mal entendido – tinha outro compromisso em Mato Grosso do Sul – “só quem notou minha ausência foi a imprensa”.

Homenagem a Dom Fernando

Por iniciativa da deputada estadual e futura senadora Teresa Leitão a Assembléia Legislativa realiza Sessão Solene às 18 horas desta quarta-feira em homenagem ao arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, pelos seus 13 anos de arcebispado. Dom Fernando pediu aposentadoria à Santa Sé, por ter chegado à idade de 75 anos, e deve deixar a condução da Arquidiocese assim que o Papa Francisco indicar seu sucessor. Depois de aposentado ele deve ficar por aqui como Bispo Emérito da Arquidiocese.

Pergunta que não quer calar: Por que o PSB pernambucano não indicou Paulo Câmara para ministro?

E-mail: terezinhanunescosta@gmail.com

Compartilhar