Vereadores do PT no Recife dão razão a João Paulo nas críticas a João Campos

 

Um dia depois que o presidente do PT no Recife, Cirilo Mota, disse que o ex-prefeito e atual deputado estadual João Paulo Silva “fala por si mesmo” quando critica o prefeito João Campos e exige dele “respeito ao PT”, os vereadores do Recife, Osmar Ricardo e Liana Cirne, líder e vice-líder da bancada petista na Câmara Municipal, disseram esta segunda-feira a este blog que João Paulo “tem toda razão no que diz”. Liana afirmou que concorda “inteiramente com o deputado, assim como uma parte expressiva do partido” e Osmar chegou a defender candidatura própria se a vice for negada a um nome da legenda.

– “O prefeito precisa entender que um partido que teve 400 mil votos no Recife quando João Paulo foi eleito em 2016 e 420 mil votos em 2000, quando lançou Marilia Arraes, possui bastante expressividade na capital. Sem o PT João Campos não teria chegado onde chegou. Foi graças ao PT que ele se popularizou. O seu nível de aprovação era baixo durante o Governo Bolsonaro mas depois que Lula assumiu e tem dado todo apoio à sua administração ele cresceu no eleitorado. Como estaria se Lula não fosse presidente?” – indagou Liana.

Segundo ela, “Lula fez o PSB crescer dando  a vice ao partido e levando para a sigla lideranças como Flávio Dino e Marcelo Freixo. Além disso deu ministérios aos socialistas e não pode ser tratado no Recife e nem o seu partido, da forma como vem acontecendo. Ouvi alguém dizendo que o PT está se apequenando no Recife ao reinvindicar participação na chapa e na administração de João Campos mas quem está se apequenando é o PSB, bastante beneficiado por Lula e que não tem respeitado o PT como o partido merece. Um Governo precisa ter multiplicidade de olhares, ter um orçamento participativo e se aproximar da população, como aconteceu na gestão João Paulo. Hoje não há isso. A Politica deve ser feita com “P” maiúsculo e não com base em propaganda”- adiantou.
            
Osmar cauteloso

Já o líder Osmar Ricardo, embora aprove as palavras de João Paulo e entenda que o PT deveria ter candidato próprio, caso lhe seja negada a vice, acha que vai ser difícil pôr este plano em execução. “Tudo se deve a uma aliança nacional dos dois partidos e que nós aqui do Recife não podemos mudar. Foi definido que em cinco capitais, entre as quais o Recife, a decisão seria das direções nacionais e é isso que vai acontecer. Agora, para a militância petista, uma coisa vai ser se engajar em uma campanha na qual o partido não tenha representação direta, outra caso ele tenha. Cabe ao prefeito decidir”. Indagado se os vereadores petistas têm sido ouvidos pelo prefeito ele afirmou “o prefeito não nos ouve mas não ouve nenhum vereador. Somos recebidos por assessores e secretários”.

A eleição e o plenário da Alepe

Esta segunda-feira, após o feriadão de Corpus Christi, ficou claro que a eleição municipal deste ano terá ampla repercussão na Assembléia Legislativa. No mesmo dia, a deputada Dani Portela (PSOL) foi à tribuna, de forma pioneira, com o filho de quatro meses nos braços reivindicar a presença de mais mulheres na política e dizer que vai conseguir se desdobrar para cuidar do filho e tocar sua pré-candidatura a prefeita. Por outro lado, em longo pronunciamento, o deputado Luciano Duque, de Serra Talhada, anunciou que não é mais candidato a prefeito porque teve esse direito negado pela ex-deputada Marília Arraes, presidente do Solidariedade, e anunciar que seu grupo não vai ficar de braços cruzados e terá candidato para enfrentar a prefeita Márcia Conrado(PT).

Quem tem mais força que João Paulo no PT do Recife?

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