União pernambucana leva o estado ganhar mais recursos na divisão de verbas do Novo PAC

 

Em entrevista recente, reproduzida por este blog, o secretário estadual de infraestrutura, Evandro Avelar afirmou, ao defender a aproximação da governadora Raquel Lyra do presidente Lula: “Pernambuco ficou contra Collor, contra Dilma, contra Temer e recentemente contra Bolsonaro, sempre de forma radical. Só perdemos nessa história”. O lançamento do Novo PAC, no Rio de Janeiro, na última sexta-feira deixou claro que a união política, independente de coloração partidária ou ideológica, levou o estado a ganhar o compromisso federal de atrair para cá R$ 91,9 bilhões em investimentos nos próximos anos. No Nordeste só perdemos para Bahia (R$ 119 bi) e Maranhão(R$ 93,9 bi) , estados bem maiores, e para Sergipe (R$ 136,6 bi) porque, como grande parte dos recursos vêm da Petrobrás, a empresa lançou no guarda-chuva do PAC os próprios investimentos previstos para suas bases sergipana e carioca.

O fato de estarem presentes ao ato presidido por Lula a governadora Raquel Lyra, os senadores petistas Humberto Costa e Teresa Leitão e o prefeito do Recife, João Campos e de todos terem festejado em suas redes sociais a relevância do momento vivido pelo estado, foi a maior prova do acerto da decisão tomada. Coisa que até bem pouco tempo não se esperava ver em Pernambuco, os quatro políticos que, cada um a seu modo e em seu partido, vão ser protagonistas das eleições de 2024 e 2026 pareciam falar uma mesma linguagem, a do entendimento e da união. É quase impossível virem a dividir o mesmo palanque nas próximas eleições mas estavam lá mostrando que fizeram por merecer.

Não há dúvida de que a governadora teve a iniciativa da união ao declarar, logo no segundo turno, que, eleita, buscaria o presidente vitorioso nas urnas para tratar das necessidades de Pernambuco, independente de qualquer coisa. Assim fez e, recebendo o mesmo tratamento do presidente Lula, aguentou até vaias de radicais petistas mas não deixou de marcar sua presença nos atos federais no estado. Quase todas as semanas, desde a posse, está em algum ministério discutindo projetos, ações e articulando o repasse de verbas para o estado. Da mesma forma agiram os senadores Humberto Costa e Teresa Leitão. O prefeito João Campos, de sua parte, garantiu o apoio do PSB ao entendimento e agora festeja 27 obras e ações do PAC no Recife.

As perdas dos últimos dias

Desde que lançou o NOVO PAC, na última sexta-feira, buscando animar o país através do anúncio de grandes investimentos, o Governo Federal vem enfrentando revezes. Primeiro foi a ação da Polícia Federal a respeito da venda de jóias no Governo Bolsonaro, que pode atingir de morte o ex-presidente, mas ofuscou o próprio PAC, tomando conta do noticiário. Já ontem vieram, ao mesmo tempo, o aumento do preço dos combustíveis, anunciado pela Petrobrás, e o Apagão do sistema elétrico que abalou o país.

O Apagão de cada um

O Apagão desta terça-feira, que atingiu quatro regiões brasileiras, demonstrou que, neste quesito, nenhum segmento político vai poder cantar de galo daqui pra frente. Durante anos, os petistas deixaram os tucanos em maus lençóis, acusando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de ter sido responsável por um apagão no setor elétrico em um dos seus mandatos. Agora os tucanos poderiam dar o troco e dizer que os petistas causaram um apagão de ainda maiores dimensões. Mas, como diz o ditado, “não se fala de corda em casa de enforcado”.

Mais de metade dos municípios em apuros

A Confederação Nacional dos Municípios divulgou em Brasília esta terça-feira que 51% dos municípios brasileiros estão no vermelho em função da queda exponencial do Fundo de Participação dos Municípios. Por conta disso, o órgão está incentivando os prefeitos a se deslocarem até a capital federal para buscar diálogo com o Congresso e o Governo Federal no sentido de atenuar a queda de 34% nos repasses do fundo em julho e na primeira semana de agosto. Já tem município não só prevendo o atraso no pagamento de salários como a redução de repasses para saúde e educação.

Raquel de olho no PAC

A governadora Raquel Lyra solicitou à sua equipe uma análise pormenorizada das ações e investimentos do NOVO PAC no estado. Quer iniciar os entendimentos com órgãos públicos e o setor privado, visando a agilização das providências a serem tomadas por aqui para que o estado ande na frente. Para se ter uma idéia, 40% dos investimentos anunciados serão feitos através de PPPs – Parcerias Público Privadas – outra parte significativa virá de empréstimos. Os recursos da Petrobrás são estatais e mais fáceis de captar.

Pergunta que não quer falar: afinal quem foi responsável pelo apagão de ontem? Janja acusou a privatização da Eletrobrás.

E-mail: terezinhanunescosta@gmail.com

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