Tentativa de golpe não arrefeceu apoio popular à democracia

 

Eleito com o discurso de apoio ao regime militar implantado em 1964 e declarando-se fã do coronel Brilhante Ustra, reconhecido pela justiça como torturador durante o mesmo regime, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que responde a inquérito no STF  em que é suspeito de planejar um golpe de estado em janeiro de 2023, chegou este domingo, 60 anos depois que as Forças Armadas tomaram o poder no Brasil, com dois fatos a lamentar. Em primeiro lugar, pela divulgação de pesquisa do Datafolha, mostrando que 71% dos brasileiros definem a democracia como a melhor forma de Governo e só 7% admitem um regime de força “em algumas circunstâncias” e, em segundo lugar, porque o STF atingia, este domingo, a três votos reconhecendo que a “Constituição não prevê qualquer espaço à intervenção militar, tampouco a atuação moderadora das Forças Armadas”, como escreveu o relator ministro Luiz Fux, acompanhado pelos ministros Barroso e Dino. O Supremo julga Ação do PDT que solicitou definição do papel das Forças Armadas no país. Oito ministros ainda vão votar.

Os dois fatos demonstram que Bolsonaro, ao apostar em regime militar, nadou contra o pensamento da grande maioria do povo brasileiro e, se por acaso desejasse dar um golpe com apoio das Forças Armadas poderia estar, a esta altura, enfrentando o judiciário e a discordância das ruas. Mas a mesma pesquisa deixa claro que, embora prefiram a democracia ao regime de exceção, os brasileiros sabem separar as coisas. Ao julgar as Forças Armadas como Instituição destinada a proteger o país deram a ela o maior índice de aprovação entre as instituições brasileiras. Dos ouvidos, 37% declararam confiar muito nelas, 39% disseram confiar um pouco e só 23% não confiam. Sobre os atos de invasão das sedes dos três poderes em 8/01 de 2023, 63% afirmaram que se tratou de vandalismo e 30% de tentativa de golpe.

Quanto ao ministro Alexandre de Moraes, muito atacado pelos bolsonaristas, 37% aprovam sua atuação no julgamento dos atos de 08/01 e 33% desaprovam (há quase um empate técnico). Já 24% consideram seu trabalho regular. Sobre a ação do ex-presidente Bolsonaro na mesma data , 55% dos entrevistados afirmaram que ele tentou dar um golpe, 39% discordam disso e 7% não quiseram responder.  O Datafolha ouviu 2.200 pessoas entre 19 e 20 de março. A pesquisa foi divulgada este domingo.

PT enfrenta disputa entre grupos

           O PT de Pernambuco mostrou na semana passada uma rota de colisão entre o grupo liderado pelo senador Humberto Costa e o grupo que gira em torno da senadora Teresa Leitão. O fato aconteceu no município de Itambé depois que a Executiva Estadual do partido resolveu manifestar-se contrária à candidatura a prefeita da militante Manuela Mattos, filha do líder camponês Manoel Mattos, que foi assassinado há alguns anos. Em nota,  diversas lideranças petistas que seguem a senadora Teresa Leitão – a primeira a assinar o documento e que era amiga e defensora de Manuel Mattos – dizem que Manuela está sendo vítima de “ absurda e inexplicável perseguição política”. O PT estadual defende composição com candidato a prefeito de outra legenda.

Mozart só em julho

         Como não é ordenador de  despesas do Ministério de Relações Institucionais, o médico Mozart Sales só precisa se desincompatibilizar do cargo de assessor do ministro Padilha dia 02 de julho para, se for o caso, compor a vice do prefeito João Campos. Ele disputa com o deputado federal Carlos Veras. Na sexta passada esse blog se confundiu informando que Mozart já sairia em abril. Ele está decidido a sair para disputar, segundo sua assessoria, mas só na data exigida por lei.

Lula em Pernambuco

        O presidente Lula virá a Pernambuco esta quinta-feira. A convite da governadora Raquel Lyra inaugurará estação elevatória da Adutora do Agreste em Arcoverde pela manhã e à tarde vai a Goiania inaugurar fábrica de medicamentos da Hemobrás. Os dois compromissos contarão com a participação da governadora  e dos senadores Humberto Costa e Teresa Leitão.

Justiça na terça-feira

         Realiza-se esta terça-feira na Assembléia Legislativa a reunião da comissão de Justiça que vai apreciar e votar o relatório da deputada Débora Almeida (PSDB) sobre o projeto enviado à casa pela governadora Raquel Lyra que extingue as faixas salariais da PM e Corpo de Bombeiros. Para evitar os tumultos da semana passada, a comissão vai se reunir em sua sala tradicional na qual há separação entre os deputados e a área destinada ao público. Haverá ainda controle sobre a entrada no recinto de manifestantes, sobretudo se estiverem armados.

Resultado da pesquisa Datafolha vai arrefecer o ânimo dos bolsonaristas?

E-mail: redacao@blogdellas.com.br/terezinhanunescosta@gmail.com

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