Sob a presidência de Márcia Conrado, mulheres sertanejas chegam à Amupe para fazer história
O Sertão pernambucano, bem mais inóspito para as mulheres políticas do que o Agreste, as Matas e o Grande Recife – a exceção é Arcoverde que já teve três prefeitas, Rosa Barros, Erivânia Camelo e Madalena Brito – está entrando de cabeça no emponderamento político feminino depois que a prefeita de Serra Talhada, Márcia Conrado (PT), que tem batido recordes de popularidade, foi escolhida, através de consenso, para presidir a Amupe – Associação Municipalista de Pernambuco – neste ano de 2023. Márcia foi eleita há dois anos com 60,4% dos votos, quando mais quatro mulheres conquistaram, como ela, as Prefeituras dos municípios sertanejos de Floresta, Trindade, Cedro e Dormentes.
Embora com poucas mulheres ainda para a grande quantidade de homens políticos, o sertão não esteve adormecido. Pelo menos a partir de 1992 quando Cleusa Pereira foi eleita prefeita de Salgueiro, com o apoio do governador Miguel Arraes, sendo a primeira sertaneja a comandar um município. Ela voltou a ser eleita prefeita em 2000 e reeleita em 2004. Suplente de deputado federal, chegou a assumir o mandato na Câmara em 2015 aos 79 anos. A atual investida das mulheres ganha relevância porque Márcia Conrado, 37 anos, formada em Odontologia e pós-graduada pela UFPe, vem conseguindo sucessivas vitórias. Na eleição de 2022 apoiou no primeiro turno o candidato a governador Danilo Cabral e no segundo – contra a orientação partidária – votou com independência na atual governadora Raquel Lyra.
Márcia se lançou candidata a presidente da Amupe e ganhou tantos apoios de prefeitos neste momento em que Pernambuco abraça as mulheres políticas, tendo elegido Raquel, Priscila e Teresa Leitão no ano passado, que ganhou ares de vencedora. Nas negociações, porém, em nome do consenso, fez, com o patrocínio do atual presidente José Patriota, também um sertanejo, um acordo com o prefeito de Paudalho, Marcelo Gouveia, pelo qual ela assume o primeiro ano de mandato e, em 2024, quando disputa a reeleição, abre espaço para ele que estará encerrando o mandato de prefeito.
Terra de Agamenon Magalhães
Apesar de só ter ingressado oficialmente na política quando se elegeu prefeita em 2020, Márcia Conrado não é neófita no assunto. Seu pai Custódio Conrado foi vereador e presidente da Câmara Municipal e sua mãe Alice é atual vereadora. Ela é parente do ex-deputado estadual Argemiro Pereira. Serra Talhada tem cerca de 100 mil habitantes e é reconhecida como polo médico e de educação do sertão do Pajeú. Lá também nasceu o ex-governador Agamenon Magalhães e o ex-deputado federal Inocêncio Oliveira.
Raquel vai às redes desmentir a CBF
A governadora Raquel Lyra publicou mensagem em suas redes sociais esta quinta-feira desmentindo a CBF que, sob alegação de que Pernambuco não garantia segurança, iria transferir para Sergipe o jogo Sport x Bahia previsto para a quarta-feira de cinzas, o que causou grande celeuma no estado. “Fiquei indignada com a notícia de que a CBF teria transferido Sport x Bahia para Aracaju, na próxima quarta. Isso jamais foi aventado pela SDS, que propôs apenas adiar a data. A partida está garantida na Ilha, com todo o planejamento operacional da PM. Vá ao jogo em paz” escreveu.
Exagero do MP
Nem tudo que o Ministério Público solicita judicialmente é aceitável ou entendível. Ora, se Olinda precisa fazer seu carnaval e necessita de patrocínio, não há como retribuir o investimento que não seja exigindo que os produtos do patrocinador sejam vendidos com exclusividade na cidade durante a festa. Cassar esse direito da Prefeitura seria ir contra o interesse público. Não fossem os patrocinadores privados e a festa teria que ser bancada pelos cofres públicos, saindo da Saúde ou da Educação. Mais claro impossível. Ainda bem que a Justiça não acatou a denúncia do MP.
Moro e as assinaturas
O senador Sérgio Moro conseguiu que 27 senadores assinassem um requerimento seu, desarquivando o processo de prisão após condenação em segunda instância. Com isso os senadores voltam a debater a questão que é relevante para o país. Sem isso os processos criminais tendem a ficar infindáveis e proliferar a impunidade ainda mais.
Pergunta que não quer calar: quem está com a razão nesta celeuma sobre o ramal pernambucano da Transnordestina – a CSN, o Governo Paulo Câmara ou o Governo Bolsonaro?
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