Sem base consolidada, Raquel tem enfrentado atropelos na Alepe
Eleita por um partido pequeno em representatividade no estado – o PSDB – a governadora Raquel Lyra não se compôs até agora com legendas como PL e União Brasil – do mesmo campo político em que atua – e vem enfrentando atropelos desnecessários no seu relacionamento com a Assembleia Legislativa. Primeiro tentou interferir na escolha da mesa diretora para fazer valer um acordo com o PP, ao qual prometeu a presidência da casa, e se deu mal, desagradando um aliado do seu próprio partido – o deputado Álvaro Porto – que acabou eleito por unanimidade. No caso das comissões de Justiça, Finanças e Administração teria nadado de braçadas, segundo deputados experientes, se tivesse se antecipado mas deixou para a última hora e por pouco não sofre um derrota contundente.
A Oposição em si está restrita hoje ao PSB e PSOL com 14 dos 49 deputados dos quais pelo menos cinco se recusam a fazer oposição ao Governo. O PT, preso na Federação com o PCdoB e PV, está na linha dos partidos “independentes”, nem é Governo e nem Oposição. “Raquel não pode reclamar. O que está faltando são definições que permitam aos partidos independentes se alinhar ao Governo, o que não é difícil. Só falta ação e conversa”- diz um deputado da base, insatisfeito com os solavancos enfrentados até agora.
Pior é que, sem um trabalho preventivo, o Palácio acaba tendo que tomar decisões intempestivas para evitar a derrota na Alepe, como fez esta semana, sendo acusado pela oposição de praticamente “intervir no PL para substituir o deputado Alberto Feitosa por Renato Antunes “nas três principais comissões, como disse a deputada Dani Portela(PSOL). E abrindo espaço para que a Oposição questionasse, como fez o deputado Waldemar Borges(PSB), do que qualificou como “postura antidemocrática da governadora”. Na verdade, na época do PSB, o relacionamento da Alepe com o Palácio era de subordinação mas isso não acontecia às claras. Os pratos chegavam feitos quando não havia mais capacidade de reação.
Estilo diferente
Não se pode negar, porém, que as coisas mudaram dos governos do PSB para o de Raquel. Ela não se incomoda de agir às claras e talvez por isso leve bordoadas, o que não acontecia anteriormente. De qualquer forma, a demora nas definições acaba atropelando qualquer boa intenção. E isso não se restringe apenas à Alepe. A governadora vem se desgastando pela demora nas indicações do segundo e terceiro escalões, o que acaba gerando problemas como a demora no pagamento das merendeiras das escolas públicas e na quase inação de vários órgãos até hoje sem dirigentes designados.
Anderson estrutura o PL
O ex-prefeito Anderson Ferreira fez questão de divulgar em suas redes que estava ontem em Brasília com o presidente nacional do PL, Waldemar Costa Neto, “tratando da eleição de 2024 no Nordeste e em Pernambuco”. O PL se prepara para disputar a eleição de Jaboatão e Olinda. Sobre o Recife ainda não há definição embora o senador Gilson Machado já tenha se colocado como candidato. Assim como pretende reeleger o bem avaliado prefeito de Jaboatão Mano Medeiros, o partido faz fé em Olinda onde Anderson foi o mais votado na eleição para governador.
União Brasil na escalada
O União Brasil também está de vento em popa se preparando para as eleições de 2024 quando pretende passar dos 18 prefeitos atuais para 25. O ex-candidato a governador Miguel Coelho planeja botar o pé no Recife e em Jaboatão, onde foi bem votado, e reeleger a prefeita de Ipojuca, Célia Sales. Miguel faz segredo sobre a possibilidade de se candidatar a prefeito do Recife ou Jaboatão mas adianta que vai estar em um palanque nas duas cidades.
Felipe Carreras com mandato garantido
Ao contrário do que divulgou recentemente o jornal O Estado de São Paulo, o deputado federal Felipe Carreras(PSB) não corre risco de perder o mandato caso o Supremo acate o pronunciamento da Procuradoria Geral da República, favorável a mudanças nas regras de preenchimento de vagas federais por meio das sobras. A pedido deste blog, o economista e estatístico Maurício Romão estudou o assunto e diz que a vaga de Carreras está assegurada independente do que o STF definir.
Pergunta que não quer calar: quando Raquel vai ter uma base política definida na Assembléia Legislativa?
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