Ruídos de comunicação entre Sírio Libanês e Planalto criam alvoroço sobre saúde de Lula
Uma comunicação precisa sobre a saúde do presidente da República é fundamental para que o país como um todo acompanhe os acontecimentos com a real dimensão que eles têm. Não foi, porém, o que aconteceu no final da tarde desta quarta-feira quando um boletim médico, impreciso e confuso, causou alvoroço na porta do Hospital Sírio Libanês com os jornalistas querendo explicação técnica para a informação que correu o país de que o presidente ia fazer uma segunda cirurgia nesta quinta pela manhã.
Toda a confusão foi criada porque um boletim liberado ao meio-dia informava que o presidente estava bem, recebendo familiares e sem intercorrências. O que vem sendo dito desde que a cirurgia para conter um sangramento na sua cabeça na madrugada desta segunda-feira foi realizada. Mas, ao contrário do que costuma acontecer, um novo boletim é divulgado às 17 horas informando que “como parte da programação terapêutica, o presidente fará complementação de cirurgia com procedimento endovascular (embolização da artéria meníngea média)” na manhã desta quinta. Complementava-se que “outras atualizações seriam dadas “às 10 horas da própria quinta.
Fosse Lula um paciente que só tivesse a família e os amigos mais próximos acompanhando seu estado de saúde não tinha problema. Mas um presidente da República passar por uma cirurgia, ser divulgado que estava tudo bem e, de repente, se anunciar novo procedimento, é claro que daria no que deu. O que teria ocorrido? Porque os médicos esconderam isso? O que aconteceu para soltar um boletim animador e 5 horas depois um outro falando em novo procedimento? Diante da confusão criada o médico do presidente Dr. Roberto Kalil acabou sendo obrigado a falar em pé e pedindo antes aos jornalistas: “ respirem fundo, se acalmem, está tudo bem”.
Os fatos e a verdade
Dr. Kalil explicou que o novo procedimento não era uma cirurgia. Chamou até de “cateterismo” e falou que estava previsto como forma de evitar novos sangramentos futuros. Depois entrou em contradição dizendo que uma junta médica teria se reunido e decidido por fazer o procedimento por precaução e só divulgar esta quinta-feira, após ele ter sido feito. Em seguida colocou a culpa da antecipação apressada no presidente Lula: “o presidente não concordou que só se desse a informação na quinta e aí tivemos que antecipar e explicar depois. Foi o presidente Lula” – repetia querendo encerrar a entrevista.
Sírio e Planalto precisam se entender
Mais tarde foi apurado pela Globonews que a nota não teria passado, o que é recomendável nesses casos, pelo crivo da área de comunicação do próprio Governo Federal. O Sírio, pressionado pelo desejo do presidente, teria redigido o boletim sem estar atento à confusão que poderia criar com dois comunicados divulgados no mesmo dia com informações conflitantes. Depois do susto, certamente, algo vai ser corrigido para sossego do próprio Kalil, visivelmente nervoso ao falar com a imprensa, o que não é habitual.
Assembleia e Congresso vão funcionar até dia 20
O Congresso Nacional vai funcionar em período integral dias 17, 18 e 19 para tentar votar tudo que está previsto, em especial o ajuste fiscal, a reforma tributária e a LDO (Lei Orçamentária Anual), antes do recesso que deve ter início no dia 20, como informou a este blog a senadora Teresa Leitão. Da mesma forma, a Assembleia Legislativa vai funcionar até o dia 19, só voltando aos trabalhos em fevereiro. Já os prefeitos serão empossados dia 1º de janeiro e imediatamente começam a trabalhar.
Depois do susto desta quarta-feira, o Planalto e o Sírio Libanês vão se entender sobre os boletins médicos do presidente?
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