Raquel quer tentar apaziguar os ânimos entre aliados que disputam mesa diretora da Alepe
A governadora Raquel Lyra pode até não conseguir realizar 100% do que tem na cabeça em relação à disputa pela mesa diretora da Assembléia Legislativa a ser eleita no início de fevereiro, quando os deputados reeleitos e os novatos tomarão posse, mas a partir desta segunda-feira vai tentar apaziguar os ânimos entre os parlamentares que fazem parte de sua base de apoio em busca de consenso sobretudo em torno dos dois principais cargos da mesa: a presidência e a 1.a secretaria.
A necessidade de envolvimento da governadora se deve ao fato de que os dois candidatos a presidente fazem parte da base governista no poder legislativo. Antonio Moraes, do PP e Álvaro Porto, do PSDB, já conversaram com todos os deputados com direito a voto mas dificilmente chegarão a um consenso caso não haja um elemento moderador que, na opinião de deputados da situação e da oposição, seria a governadora.
Embora a oposição, composta pelos partidos PSB, Federação PT/PCdoB/PV, PSOL e Solidariedade tenha numericamente votos suficientes para até eleger o presidente isso só ocorreria se o fracionamento da base governista ficasse exposto, o que não aconteceu até agora. Nesse caso votos governistas acabariam migrando para um candidato oposicionista e Raquel se veria no constrangimento de lidar com um presidente crítico ao seu Governo. Por isso ela está sendo obrigada a buscar a paz entre seus correligionários a tempo de no dia da votação não ter problemas.
Independência não se firmou
Logo depois da eleição, um grupo de deputados liderados pelos colegas Álvaro Porto e Rodrigo Novaes se reuniu diversas vezes para discutir a nova legislatura e foi defendida uma maior independência entre o executivo e o legislativo mas a idéia não prosperou ao ponto de afunilar para apenas dois nomes, ambos governistas. Já a disputa pela primeira secretaria está acirrada entre as candidaturas de Aglaison Junior (PSB), Rodrigo Novaes (PSB) e Gustavo Gouveia (Solidariedade). Desses só Aglaison é de oposição. O deputado Gustavo Gouveia, que apoiou Marilia Arraes nos dois turnos, já é considerado base governista. A não ser que ocorra uma surpresa de última hora, o que não é descartado, o quadro é esse. Para a primeira vice o nome mais forte é o da deputada Simone Santana (PSB).
Paulo Câmara na área financeira
O ex-governador Paulo Câmara cujo nome entrou nas especulações para a superintendência da Sudene vai mesmo para um órgão do setor financeiro do Governo Federal. Uma fonte do PT informou a este blog que nos próximos dias isso deve ficar definido. Paulo entrará na cota pessoal do presidente Lula. O PSB não o incluiu entre as preferências daí já terem sido anunciados os nomes dos ex-deputados federais Tadeu Alencar e Milton Coelho para secretarias de ministérios e os socialistas não falam e nem defendem o nome do ex-governador. Sobre a Sudene a última notícia é de que ela pode ficar com o PT.
Ibaneis buscando salvação
O governador Ibaneis Rocha, do Distrito Federal, afastado do cargo por 90 dias, está buscando limpar seu nome para conseguir reassumir o cargo. Ontem mesmo, enquanto era objeto de três mandatos de busca e apreensão em sua residência, no escritório particular, e no gabinete oficial, seu advogado Alberto Toron informou através de nota à imprensa que as operações “vão garantir a prova definitiva da inocência do governador” pois teria certeza de que nada do que for recolhido o incriminará. Já Ibaneis, que estava viajando, prometeu retornar a Brasília para novamente se colocar à disposição das autoridades. Segundo Toron “o governador tem colaborado e continuará com essa disposição pois ele foi vítima de uma sabotagem e está provando isso”.
Pergunta que não quer calar: quem teria sabotado Ibaneis no dia 8 de janeiro?
E-mail: terezinhanunescosta@gmail.com