Raquel pode não conseguir ajudar a colocar uma mulher no TCE para substituir Teresa Duere
Apesar de ter tudo a ver com o atual momento de protagonismo feminino na política de Pernambuco, o desejo da governadora Raquel Lyra de convencer os deputados estaduais a escolher uma mulher – a deputada Débora Almeida – para substituir, no TC E, a conselheira Teresa Duere, que tem até o dia 12 de julho para solicitar aposentadoria, pode não vingar. Ouvidos ontem, por este blog, deputados estaduais de influência na Alepe e denotado poder de análise, afirmaram que, a esta altura do campeonato, Débora, mesmo sendo procuradora federal, está menos cotada do que os homens que disputam o mesmo espaço: os deputados Rodrigo Novaes, Joaquim Lira, Kaio Maniçoba e o ex-deputado Guilherme Uchoa Junior.
As razões apontadas não se direcionam à deputada, elogiada por todos, mas, segundo afirmam, à condução dada ao processo. Um deputado da base do Governo diz que “Raquel demorou demais a tomar iniciativa” adiantando que “se ela tivesse ainda em janeiro ou fevereiro convencido Teresa a antecipar a aposentadoria e indicado Débora substituta, ela seria eleita talvez até por unanimidade”. Agora, os deputados apontam alguns obstáculos, difíceis de transpor: o desgaste no relacionamento do Poder Executivo com o Legislativo, hoje mais independente; o estabelecimento do voto secreto – o que incentivaria os deputados insatisfeitos a se rebelar sem risco – ; o fato dos atuais presidente e 1.o secretário estarem apoiando o deputado Rodrigo Novaes, após terem sido eleitos por unanimidade; e a existência, dentro da própria base do Governo, de candidatos homens mais fortes na disputa como Joaquim Lira e Kaio Maniçoba.
Uma deputada de influência na bancada feminina – que tem apenas seis deputadas (já foram 10) – disse a este blog, pedindo off, que “infelizmente com a dificuldade de relacionamento com a governadora, que é uma mulher, há na Alepe hoje uma resistência a votar em mulher, muito maior do que tinha há uns tempos atrás”. Defensora do nome de Débora, ela aponta mais este entrave no caminho. Isso demonstra que os obstáculos que Raquel está encontrando são imensos e, enquanto isso, os candidatos homens vão ocupando cada vez mais espaço. Cada um contando mais votos que o outro. Agora, é esperar os próximos capítulos e que jogo vai passar a jogar o Palácio das Princesas.
Novo comandante da CNBB é progressista
A Assembléia dos Bispos do Brasil, reunida em Aparecida, escolheu o atual arcebispo metropolitano de Porto Alegre, de linha progressista, Dom Jaime Spengler para novo presidente da CNBB, respondendo pelo período que vai de 2023 a 2027. Ele é natural de Gaspar (SC) e comanda a Arquidiocese de Porto Alegre desde 2013, nomeado pelo Papa Francisco. Durante a eleição de 2022 comentou a influência da religião e das fake news no processo eleitoral, adiantando que “quem constrói mentiras não é digno de assumir um cargo público”.
Virgilio fala em tortura e sadismo contra Anderson Torres
O ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio(PSDB), defensor da democracia e dos direitos humanos, usou o twitter esta segunda-feira para se contrapor à decisão do ministro Alexandre de Moraes de manter preso o ex-ministro Anderson Torres : “ é inútil toda essa tortura contra o ex-ministro Anderson Torres. A virulência é tanta que qualquer delação premiada que ele venha a fazer será de nenhuma valia para a verdadeira justiça. Tenho horror a injustiças e perseguições. Toda vez que tem autoritarismo no Brasil minha família sempre perde, sempre sofre. Justiça é uma coisa, sadismo é outra”.
Adiada para hoje reunião da Alepe sobre empréstimo
Uma pane no ar-condicionado da Assembleia esta segunda-feira provocou o adiamento para esta terça-feira pela manhã da reunião conjunta das comissões de Justiça, Finanças e Administração com secretários estaduais para discutir o empréstimo de R$ 3,4 bilhões que a governadora deseja tomar junto a bancos nacionais e internacionais para custear obras e serviços no estado. O maior volume de recursos vai para as estradas, consideradas as mais mal conservadas do país, no ano passado.
Contra o aumento da água
Parlamentares do PSB fizeram representação junto ao Ministério Público esta segunda-feira para tentar suspender o reajuste das contas de água da Compesa em 11,21%. Os deputados Sileno Guedes e Rodrigo Farias falam em “supostas ilegalidades” na resolução da Arpe que autorizou o aumento.
Pergunta que não quer calar: Por que os deputados do PSB falam que a vice-governadora Priscila Krause foi contra aumento da água no Governo Paulo Câmara se eles agora são contra o aumento de Raquel?
E-mail: terezinhanunescosta@gmail.com