Raquel entra no jogo para tentar pacificar aliados na Assembléia e evitar bate-chapa

Como adiantou este blog na semana passada, a governadora Raquel Lyra dedicou parte do seu dia estas segunda e terça para tentar pacificar seus aliados na Assembléia em torno da disputa pela mesa diretora cuja eleição ocorrerá próximo dia 1.o de fevereiro. Na segunda, ela sentou à mesa com o deputado Antonio Moraes(PP), com o qual já tinha tido outros encontros depois da posse, e esta terça com o deputado Álvaro Porto (PSDB), ambos de partidos da base e candidatos a presidente.

O fato de Raquel ouvir os dois postulantes levou muitos deputados a admitirem nos corredores da casa esta terça que a situação está embolada e que, a esta altura, ou se consegue um consenso, ou a disputa pode terminar em um bate-chapa entre dois. “Aqui é sempre assim, ninguém pode se considerar escolhido antes do dia da votação e ainda falta uma semana” – comentou para este blog um parlamentar veterano que já presenciou muitas disputas na Alepe.

Outros deputados ouvidos acham que a governadora só teria uma possibilidade de conseguir um consenso entre Álvaro e Antonio: convencer um a ser candidato a presidente e o outro a primeiro secretário, com o compromisso de, daqui a dois anos, os locais na chapa se inverterem. A dúvida é saber se um deles abre mão da presidência agora. Também a partir daí definir como compor o restante da chapa pois há inúmeros candidatos a 1.o secretário de partidos do Governo e de Oposiçao.

PP e PSDB

Outra complicação no caminho é que o PSDB, partido da governadora, tem apenas três dos 49 deputados e o PP, com oito deputados, é hoje a única legenda, além do PSDB, que decidiu, por unanimidade, apoiar o Governo. Sem contar que os progressistas formaram um bloco com o União Brasil, que levou para o grupo mais três deputados, formando uma bancada de 11 parlamentares.

Oposição recua

Os partidos de oposição que, se estivessem unidos, poderiam eleger toda mesa diretora resolveram esta terça aguardar o andar da carruagem para poder tomar um rumo e estão conversando tanto com Álvaro como com Antonio Moraes. A Federação PT/PCdoB/PV com 7 deputados e o PSB com 8 sobre os quais ainda mantém controle – ao todo a bancada socialista elegeu 13 parlamentares mas os demais são independentes – resolveram conversar entre si e tentar tomar uma decisão conjunta para se cacifar mais diante do quadro.

Vaga feminina

Lei aprovada a partir de iniciativa da deputada Raquel Lyra, quando era parlamentar, estabelece que a mesa diretora da Alepe deve garantir pelo menos uma vaga para a bancada feminina. Neste caso há duas deputadas candidatas: Simone Santana, do PSB, e Socorro Pimentel, do Solidariedade. Simone, que tenta ser 1.a vice-presidente, estava com a situação tranquila pois nenhuma outra mulher tinha se candidatado mas esta terça a deputada Socorro Pimentel decidiu concorrer. Simone é de oposição e Socorro, apesar de ter apoiado Marília Arraes, declarou apoio à governadora.

Pergunta que não quer calar: como vai terminar a investigação da PF sobre possíveis desvios de verba no Hospital Miguel Arraes ?

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