Raquel contraria a política tradicional e não se mostra preocupada com as críticas
Esta segunda-feira a governadora Raquel Lyra deu duas demonstrações de que mantém, pelo menos até agora, a determinação de mudar a maneira de fazer política em Pernambuco. Em um mesmo dia, reuniu a quase totalidade dos prefeitos do estado, no período da manhã e, embora todos eles desejassem ouvir alguma notícia sobre liberação direta de recursos para os municípios, como manda a tradição, nada foi dito sobre isso. Já à noite na Assembleia grande parte da bancada do Governo saiu convencida da eleição da nova mesa diretora de que a governadora poderia ter elegido os sete membros do colegiado se tivesse se movimentado. O resultado é que só dois deles integram partidos governistas, os cinco restantes são de partidos de oposição.
Claro que o segundo cargo mais importante, o de 1º secretário, ficou com o deputado Francismar Pontes eleito e lançado pelos partidos da base mas, como é do PSB, os socialistas, que apoiaram oficialmente Gustavo Gouveia, que acabou derrotado, registraram que três socialistas teriam ganho acento na mesa-diretora. Raquel se preocupou com isso? Não é o que demonstrou. Depois de ter entregue ao presidente Álvaro Porto, que lhe faz oposição, a condução da eleição no legislativo, ela disse ontem à imprensa que “não tem maioria nem minoria na mesa. É a mesa do poder legislativo. É natural que eles possam escolher aqueles que fazem consenso”.
“Reafirmei o compromisso de trabalhar junto com o legislativo, com diálogo permanente. Isso tem permitido que a gente aprove todos os projetos que enviamos para a casa”- concluiu, como se só isso lhe interessasse. E não é pouco, que o diga o presidente Lula. O respeito à decisão dos deputados sem qualquer interferência foi ressaltado pelo presidente da Alepe, após a eleição, quando lembrou que, pela primeira vez, as emendas têm sido liberadas, sem distinção entre governistas e oposicionistas. Raquel está com razão? Ainda é cedo para avaliar pois em algum momento parlamentares de oposição vão apoiar o candidato que com ela vai disputar em 2026, quando deseja se reeleger, e o tratamento igual pode deixar os governistas irritados. Ela parece não estar preocupada com isso. Pelo menos no momento, embora deixe uma pulga atrás da orelha de quem costuma usar o tradicionalismo na política.
Até João se admira
O ex-governador João Lyra Neto, pai da governadora, tem sido procurado por amigos políticos sugerindo que dê uns conselhos a Raquel. Verdade que isso aconteceu mais no primeiro ano de mandato, quando ela enfrentou maus bocados com uma Assembleia independente. Ele confessou a um desses amigos que o procurou, o seguinte: “ ela não me pede conselhos. Não vou negar que às vezes tenho vontade mas o que posso dizer se, mesmo fazendo diferente, o que ela faz sempre dá certo?”.
Pasta de Esportes
Raquel mantém a decisão de criar uma secretaria de Esportes e ontem confirmou esta disposição anunciando que ainda este mês espera ter aprovado na Assembleia a instalação da nova pasta que vai cuidar dos Esportes praticados fora das escolas do Estado. Nas escolas, quem continuará cuidando da prática esportiva será a secretaria de educação. Ela fez a revelação ao entregar nova pista de atletismo no Centro Esportivo Santos Dummond.
Em 2026, ano da eleição estadual, Raquel vai ajudar os deputados governistas ou tratar a todos por igual?
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