Projeto de reajuste dos salários dos professores ocupa 7º lugar da lista de espera na Alepe, após 20 dias de paralisação

 

Apesar de 21 deputados terem comparecido à reunião plenária da Assembleia Legislativa esta terça-feira não houve quórum, mais uma vez, para votação dos seis projetos que aguardam na lista de espera por um acordo entre as bancadas do Governo e da Oposição que há 20 dias reduziram o Poder Legislativo a um órgão que funciona pela metade. As comissões se reúnem, audiências públicas são realizadas mas nada é votado em plenário pois a Oposição não aceita por em pauta matérias de interesse do Governo e este, por sua vez, também não tem interesse em garantir número de deputados para votar apenas o que interessa aos oposicionistas.          

Esta terça-feira, no entanto, assistiu-se a algo singular: como havia 21 parlamentares no plenário só faltando quatro para completar o quórum de 25, o deputado Renato Antunes, do PL, cobrou mais responsabilidade dos parlamentares e jogou a culpa no bloco de oposição. “Foi a oposição que não deu quórum – disse na tribuna – pois mais de quatro oposicionistas faltaram ao plenário hoje, incluindo deputados do PSB que se tivessem vindo a gente estaria votando”- falou respondendo aos deputados Alberto Feitosa e Dani Portela que falaram antes dele e culparam os governistas pelas ausências, ganhando aplausos de um grupo de professores que aguardava a votação do aumento concedido pela governadora Raquel Lyra.

Os deputados do PT, João Paulo Silva e Doriel Barros, da base do Governo, lamentaram, mais uma vez, a falta de votação e apelaram para um entendimento entre Executivo e Legislativo mas Doriel completou referindo-se à oposição: “não se justifica que alguns projetos sejam postos em votação e outros não, como é caso do pedido de autorização de empréstimo da governadora Raquel Lyra e da sabatina do novo administrador de Fernando de Noronha que estão trancando a pauta e impedindo a aprovação dos demais. Na tribuna o deputado Renato Antunes listou as matérias que aguardam votação desde que a pauta foi trancada como o pedido de empréstimo, a sabatina do administrador de Noronha, a aprovação do novo presidente da Adagro, o projeto de autorização de crédito para patrocínio pelo Governo das festas juninas de 100 municípios, projetos do TCE e do Tribunal de Justiça e, por último, o aumento dos professores.

Justiça é contra audiência pública

Esta terça pela manhã a Comissão de Justiça, com os votos da bancada de oposição, não aprovou a sugestão da deputada Débora Almeida para que fossem convocados para uma audiência pública os secretários de planejamento do estado, Fabrício Marques e da fazenda Wilson de Paula para que eles explicassem com detalhes a questão dos pedido de empréstimo às comissões de Justiça, Finanças e Administração. Os deputados Alberto Feitosa e Waldemar Borges alegaram que só aceitariam a audiência pública se antes recebessem para análise as informações pedidas sobre os empréstimos. Débora alegou que eles as dariam de viva voz mas não foi ouvida.

Até boas iniciativas são mal interpretadas

A confusão estabelecida entre o Executivo e o Legislativo é tão danosa que até boas iniciativas são mal interpretadas. A governadora Raquel Lyra, entrevistada em Caruaru no final de semana, disse que tinha ligado para o presidente da Assembleia, Álvaro Porto, e teria conversado com o mesmo sobre uma solução para o impasse. Ontem, na Alepe, deputados oposicionistas informavam – Álvaro está fora – que a entrevista de Raquel fora contraproducente por revelar conversa com o presidente da casa e que, por isso, não seria possível acordo.
  
Mendonça nas redes de Mota

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Mota, está exibindo em suas redes sociais um vídeo em que se refere ao projeto de Segurança Pública do Governo Federal que se encontra em análise na Câmara. Ele cita com imagens o deputado federal pernambucano Mendonça Filho, que é relator da matéria, informando que ele está ouvindo todos os atores interessados, incluindo os governadores, para redigir seu parecer como expressão de algo construído através do diálogo.

Até quando a população vai continuar sendo penalizada pela queda de braço entre oposicionistas e governistas na Alepe?

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