PP e União Brasil nos últimos ajustes para formar Federação com repercussão local e nacional

Fontes nacionais do PP e União Brasil revelaram ontem a este blog que até o final desta semana devem estar concluídos os entendimentos entre as duas legendas para formar uma Federação partidária que reunirá de 108 a 109 deputados federais. Esta terça-feira o PP reúne suas bancadas federais – na Câmara e no Senado – e a Executiva Nacional para dar os últimos retoques na minuta do documento que celebrará a união das duas legendas. Também durante esta semana, o presidente nacional do União Brasil, Antonio Rueda, ouvirá cada um dos parlamentares do partido e a previsão é de que, no máximo na semana que vem, a união seja oficializada.
Com isso, o grupo, que é de centro, vai superar o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, que tem hoje 95 deputados federais e a Federação PT/PV/PCdoB com 81 federais. Ficou definido na minuta do documento que consolidará a aliança que nos estados assumirá a presidência da Federação o partido que tiver tido em 2022 o maior número de votos para a Câmara Federal. Em Pernambuco, os quatros deputados federais eleitos pelo PP – Dudu da Fonte, Clarissa Tércio, Fernando Monteiro e Lula da Fonte – tiveram 539.324 votos e os três do União Brasil – Fernando Filho, Mendonça Filho e Luciano Bivar – tiveram juntos 305.752 votos.
Formada a Federação, os dois partidos vão passar a atuar juntos na Assembleia com uma bancada de 13 deputados (8 do PP e 5 do União Brasil), igual em número à do PSB, que hoje é a maior, embora o PP já conte como certa a filiação ao partido, na janela partidária de 2026, dos socialistas Dannilo Godoy e France Hacker. Os dois já votam com o PP e são tidos como da base da governadora Raquel Lyra. Em tese ,os deputados filiados aos dois partidos não poderão abandonar as legendas caso não fiquem satisfeitos com a mudança, o que pode acontecer no caso de fusões partidárias.
Saída autorizada só em caso excepcional
Mas, em caso excepcional, da mesma forma que hoje os dirigentes partidários podem autorizar parlamentares a saírem do partido – isso aconteceu aqui em Pernambuco com a saída do deputado Jarbas Filho do PSB para MDB – pode ser que isto se aplique no caso de uma Federação mas deputados do PP e União Brasil disseram a este blog que não estão informados sobre o que diz a legislação a respeito.
Miguel e Eduardo da Fonte
Também é incerta a situação do deputado federal Eduardo da Fonte, presidente estadual do PP e do ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, presidente estadual do União Brasil. Os dois continuam presidentes das legendas mas em 2026 terão que estar no mesmo palanque. Miguel já se declarou candidato a senador em 2026 e deputados estaduais do PP têm defendido o nome de Eduardo da Fonte, que não tem mostrado o mesmo interesse de Miguel pela eleição para a Câmara Alta mas também não tem desmentido as especulações. Isto ocorrendo, pode haver um conflito de interesses entre os dois capaz de gerar rusgas lado a lado.

Quem vai vencer a luta pela candidatura ao Senado na nova Federação – Miguel Coelho ou Eduardo da Fonte?
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