Posição do Brasil pode estar impedindo saída de brasileiros da faixa de Gaza

 

“A toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade”. A terceira Lei de Isaac Newton foi transformada na linguagem popular em “toda ação tem uma consequência”. O Brasil, onde o presidente Lula tem falado sem levar em conta as consequências, como aconteceu na polêmica com o Banco Central e mais recentemente sobre o descumprimento da meta fiscal, pode estar amargando, neste momento, o revés decorrente de pronunciamentos feitos pelo presidente, pelo Itamarati e por proeminentes líderes petistas logo após a eclosão da guerra de Israel contra o Hamas. Enquanto a grande maioria dos países democráticos reconheceu de imediato o direito de Israel de se defender e acusou o Hamas de prática terrorista, o Brasil fez um meio termo, poupando o Hamas de críticas, deixando a impressão de alinhamento ao grupo.

Não deu outra. O país, que fez sobretudo através do ministro da defesa, José Múcio, uma excelente operação de retirada dos brasileiros de terras israelenses, logo após a eclosão do conflito, está vivendo um vexame internacional para concluir a repatriação de 30 pessoas, cujos passos vêm sendo seguidos diariamente pela imprensa, que se encontram na Faixa de Gaza. Pior, um avião da Força Aérea está há dias no Egito aguardando que esses cidadãos sejam autorizados a fazer a passagem de Rafah, na fronteira de Gaza com o Egito, para, finalmente, serem embarcados e retornarem ao Brasil. Imaginava-se que esses brasileiros estivessem entre os primeiros autorizados a voltar mas já foram liberados três grupos de estrangeiros – um com quase 600 pessoas- e ninguém dá resposta ao Itamarati.

Analistas internacionais têm alegado que Israel primeiro está liberando cidadãos de países que têm lhe dado apoio, como é o caso dos Estados Unidos e de diversas nações europeias, para só depois atender as demais nações. Esta sexta-feira o embaixador do Brasil em Israel, Fred Mayer, declarou à CNN: “Estamos em compasso de espera. Inexiste previsão”.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, chegou a ligar para o ministro das Relações Exteriores israelense, Eli Cohen, pedindo ajuda mas ainda não se sabe se ela será dada. Já a presidente o PT, deputada Gleise Hoffmann, que deu diversas declarações após a eclosão da guerra se negando a reconhecer o grupo Hamas como terrorista, acusou Israel de “discriminar o Brasil e de ter estabelecido uma hierarquia política para liberação dos civis estrangeiros em Gaza”.

Duro na queda

Israel, que está enfrentando sérias dificuldades por conta das mortes de palestinos durante o combate em Gaza, não parece mesmo interessado em dar satisfações a ninguém. Fez ouvidos moucos aos apelos para dar uma trégua no conflito, consciente de que qualquer recuo favorece o Hamas e acabará favorecendo o grupo, está seguindo em frente. Até mesmo os apelos americanos por uma pausa humanitária foi empurrada com a barriga até que se conseguiu, com a ajuda do Egito, abrir a passagem de Rafah para a entrada em Gaza de caminhões de alimentos e remédios e para a saída dos estrangeiros. Nesse clima vai ser difícil abrir espaço para atender o Brasil.

Milei na frente

O Instituto de Pesquisas brasileiro AtlasIntel, o único a acertar o resultado do primeiro turno na Argentina – previu uma vitória de Massa por 5 dos 7 pontos que ele conseguiu de vantagem – divulgou esta sexta sua primeira pesquisa de segundo turno. Nela aponta o candidato libertário Javier Milei com 48,5% e o peronista Sérgio Massa com 44,7%. Em votos válidos, Milei teria 52% e Massa 48%. A pesquisa testou o grau de confiança dos eleitores nos candidatos e o resultado foi que Milei ficou 9 pontos à frente de Massa como mais capaz de combater a inflação, restaurar a economia e gerar empregos.

Alepe com o Papa

Os deputados estaduais Antonio Moraes, Joaquim Lira, Diogo Moraes, Sileno Guedes e Henrique Filho foram a Roma esta sexta-feira, representando a Assembléia, para participar do Concerto pela Paz que o Papa Francisco programou para chamar atenção do mundo para a necessidade de por fim às guerras. Pernambuco foi convidado, através da orquestra Criança Cidadã, que participará do evento ao lado de jovens músicos da Ucrânia e Rússia. Os deputados viajaram acompanhados pelo juiz João Targino, que é responsável pela orquestra de crianças do Coque e de Ipojuca.

Dinheiro e obra

O presidente Lula deu, esta sexta, mais uma demonstração de que, em nome das obras programadas pelo seu Governo, pode estourar a meta fiscal. Marcou reunião com um grupo de ministros para saber que projetos vão ser tocados ano que vem e disse que “dinheiro bom é dinheiro que vira obras”. O ministro da fazenda, Fernando Haddad, estava no grupo mas não se sabe o que falou.

Pergunta que não quer calar: quando o Governo federal vai aprender a falar pouco para poder fazer mais?

E-mail: redacao@blogdellas.com.br – terezinhanunescosta@gmail.com

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