Políticos “descobrem” as pessoas com deficiência e PP abraça a “Casa Azul”

 

Casa Azul, de Macaparana

A cor azul é muito destacada em se falando das pessoas com deficiência. Esta cor foi escolhida para representar as pessoas com Transtorno do Espectro Autista,  cada vez mais numerosas entre os 15% da população mundial que, segundo a Organização Mundial de Saúde, tem algum grau de deficiência. Nos países desenvolvidos as políticas públicas voltadas para essas pessoas é bastante antiga mas no Brasil andam a passos de tartaruga. Em Pernambuco as pessoas com deficiência só começaram a ser enxergadas a partir dos casos de microcefalia provocados pelo zika vírus em 2015 que atingiram mais de 500 crianças do estado, um recorde nacional. Até agora, no entanto, o Poder Executivo não despertou para a importância de atender  de forma especial as pessoas com deficiência.

Nos últimos anos, porém, uma verdadeira onda de projetos de lei visando essas pessoas foram apresentados na Assembléia Legislativa. Políticos de todos os partidos têm ou já tiveram idéias semelhantes: “são tantas leis aprovadas que a gente nem chega a tomar conhecimento do que definem” afirma uma mãe que pede anonimato. Há, porém, um caso concreto de iniciativa que pode dar certo. Trata-se da Casa Azul, um projeto voltado para assistência e tratamento de crianças autistas iniciado no município de Macaparana, na Mata Norte, por iniciativa do prefeito Paulo Barbosa “Paquinha” e que seu partido, o PP, resolveu abraçar a está espalhando pelo estado. O PP quer que os cerca de 40 prefeitos que pretende eleger este ano adotem a experiência de Macaparana e até os que apenas estão recebendo apoio como aconteceu esta semana com Zeca Cavalcante, candidato a prefeito de Arcoverde, que se comprometeu com o projeto.

Uma das maiores ativistas da causa das pessoas com deficiência do estado, Germana Soares, da União de Mães de Anjos (UMA) que cuida das crianças com microcefalia acha a idéia “muito interessante. É um início de uma caminhada mas já é um início. Tudo começa com o primeiro passo”- diz, embora  afirme desejar que “iniciativas semelhantes também acolham as demais pessoas com deficiência sobretudo crianças que têm doenças raras, por exemplo”. Germana chegou a protagonizar há pouco tempo uma audiência pública na Assembléia Legislativa que mobilizou toda a casa para garantir que as crianças com microcefalia tivessem agendadas as cirurgias previstas há mais de cinco anos para recuperação dos ossos dos quadris (uma decorrência da deficiência).

Frente e comissão permanente

Na época em que explodiram os casos de microcefalia, a Assembléia Legislativa criou uma Frente Parlamentar em Defesa das Pessoas com Deficiência que produziu, com a sociedade civil, um diagnóstico da situação do atendimento a essas pessoas no estado e incluiu várias sugestões entre elas a criação de Comissão Permanente na Alepe para propor e encaminhar soluções voltadas para elas. Até hoje a instalação desta comissão não aconteceu, apesar do deputado estadual Cleiton Collins ter colhido assinaturas e aprovado proposta nesse sentido.

Comemoração

Na surdina, para não melindrar os colegas de oposição, deputados estaduais  comemoraram a primeira liberação de emendas parlamentares feita pela governadora Raquel Lyra que beneficiou sua base na Assembléia. Há tempos os parlamentares governistas eram instigados pela oposição sobre que benefícios tinham recebido da governadora para justificar a defesa do seu Governo na Alepe. Ontem, eles se deslocavam felizes pelos corredores. Mesmo sabendo que a oposição também vai ter emendas liberadas, afirmavam, em off, que tiveram  “a alegria” de estar entre os primeiros.

Vereadores de Olinda podem perder mandato

Quatro vereadores de Olinda, Valdemir Labanca(PV), Jesuíno Araujo(PSD), Bruno Melo (Avante) e Everaldo Silva ( PSD) correm risco de perderem o mandato esta sexta-feira quando serão julgados por fraude à cota de gênero na eleição de 2000. A Procuradoria Eleitoral defendeu o afastamento de todos mas ainda há dúvida sobre o caso de Jesuíno que, na época , era do Cidadania e a candidata tida como laranja do Cidadania, teve câncer na campanha e não conseguiu se mobilizar em busca de votos, segundo teria declarado.
 

De que tamanho vai ficar a oposição na Alepe após a governadora abrir o cofre para pagar emendas parlamentares?

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