PIB cresceu 3,4% em 2024. Número sai no dia em que Lula bate recorde de desaprovação

 

O melhor dos mundos para qualquer presidente se dá quando a economia vai bem ao ponto do Produto Interno Bruto (PIB) crescer além do esperado. Isso aconteceu no Brasil em 2024. Segundo o IBGE, em dados divulgados esta sexta-feira, o PIB brasileiro subiu 3,4% no ano passado, obtendo o quarto melhor resultado entre os países do BRICs, atrás apenas da China, Indonésia e Índia. Coincidentemente, levantamento da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) também divulgado esta sexta aponta que em uma relação de 35 países analisados, o Brasil obteve o quinto maior crescimento em 2024. Ficou acima, inclusive, dos Estados Unidos que cresceu 2,8%.

Apesar disso, não houve comemoração no país, embora o presidente Lula tenha reforçado que quando o PIB cresce o emprego e renda da população melhora. Mas porque não se festejou o resultado acima? É fácil observar pela fala dos economistas entrevistados pelas redes de TV e Rádio durante todo o dia. Apesar desse crescimento do ano passado, agora em 2025 o PIB terá um incremento previsto entre 1,5% e 2%. O crescimento de 2024 aconteceu porque o Governo Federal, além de ter gasto mais do que o recomendável, desequilibrando as contas públicas, concedeu aumento de benefícios sociais, o que acabou elevando a inflação pois a população foi às compras e a procura superou a demanda (disponibilidade dos produtos mais procurados) o que provocou aumento inflacionário.

O cenário para 2025 e 2026, a não ser que haja alguma surpresa – Lula aposta na agropecuária mas os economistas estão  cautelosos quanto a isso – é de baixo crescimento do PIB e aumento exponencial da taxa de juros para conter a inflação. O desemprego que vinha caindo mês a mês pode se elevar gerando mais descontentamento popular. E isso vai acontecer no momento em que o presidente bate recorde de impopularidade. Nesta mesma sexta a pesquisa Atlas Intel teve resultados divulgados mostrando que já são 53% os brasileiros que desaprovam o trabalho do presidente para 45,7% que o aprovam.

Baixar preços custe o que custar

O presidente Lula, surpreendido por uma realidade cada vez mais palpável, a de que sua popularidade tem caído mesmo com aumento do PIB porque a inflação fala direto no bolso do trabalhador, anunciou há dois dias a decisão de zerar as alíquotas de importação de café, carne e milho para conseguir redução do preço desses produtos no país e ontem foi mais além, dizendo que se isso não resolver adotará “uma atitude mais drástica”. Isso não causou surpresa no mercado. Já na noite da quinta os analistas ouvidos pela imprensa afirmaram que baixar a alíquota desses produtos é tempo perdido, pois o Brasil é um dos maiores produtores mundiais dos três e os fornecedores aos quais poderiam recorrer são da América do Sul que já trabalham com zero alíquota entre os países do Mercosul.

Humberto tem relevância em hora fundamental

Interessado em renovar seu mandato de senador em 2026, Humberto Costa recebeu um presente esta sexta-feira, quando foi escolhido presidente interino do PT nacional, em substituição à deputada Gleisi Hoffmann, que vira ministra de Lula na próxima segunda-feira. Primeiro pernambucano a presidir o PT nacionalmente, Humberto vai ter oportunidade de estar em evidência vinculando ainda mais seu nome ao do presidente Lula e preparar o partido para a escolha dos novos dirigentes em julho deste ano. Se for bem na empreitada já há quem suponha que ele pode até continuar na presidência a partir de julho.

Quando o presidente Lula vai se livrar da encruzilhada em que vive com inflação subindo e popularidade caindo?

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