Parte do crédito de Raquel Lyra com os professores pode ser perdido por demora em votação na Alepe

 

Governadora trabalha para resolver o impasse e recebe pessoalmente os professores em Palácio

A governadora Raquel Lyra ganhou um imenso crédito com os professores estaduais ao fazer uma negociação paciente com a categoria aprovando até onde pode a pauta dos educadores negociada via secretaria de administração, sem necessidade de greve. Com isso o Governo garantiu o piso salarial com reajuste ano a ano, uma melhoria no Plano de Cargos e Carreiras possibilitando ganhos de até 8,38% e destravou a progressão anual de toda a categoria – um percentual a mais de acordo com o desempenho e a especialização – coisa que os últimos governadores não se dispuseram a fazer. O reajuste para esse ano, de 6,27% é ,por exemplo, quase o dobro do oferecido pela Prefeitura do Recife aos educadores municipais e, mesmo assim, após uma paralisação.                  

Apesar disso, a crise estabelecida entre o Executivo e o Legislativo pode levar parte do crédito que a governadora ganhou com os educadores. O motivo está sendo a demora na aprovação do reajuste deste ano pela Assembleia Legislativa. Esta quarta-feira, depois de comparecerem três dias às sessões plenárias da Alepe em busca da aprovação da matéria, o que não aconteceu por falta de quórum da maioria governista, os professores perderam a paciência e, incentivados pela oposição, se dirigiram em passeata para o Palácio das Princesas em busca de providências.                  

Antes, durante a sessão, muitas mensagens foram disparadas  pelos educadores através do youtube da Assembleia, a maioria reclamando do Governo, embora algumas tenham colocado no mesmo patamar o PSB, dizendo que, ao defender a categoria na tribuna, o partido estava fazendo um jogo de empurra em busca de proveito eleitoral. Uma das mensagens informava que a oposição também estava ausente pois faltaram quatro deputados socialistas na sessão que chegou a registrar a presença de 20 parlamentares apenas 5 a menos para a matéria entrar em votação.

Professores dão prazo até segunda para votação

Quanto terminou a sessão plenária desta quarta, os professores saíram em passeata até o Palácio das Princesas, acompanhados por alguns deputados como João Paulo Silva e Rosa Amorim, com o propósito de solicitar providências e comunicar que se na segunda-feira, quando a matéria voltará a ser colocada na pauta da Assembleia, não houver quórum novamente, vão iniciar uma paralisação até que o assunto seja resolvido. A governadora surpreendeu ao receber, pessoalmente, os professores no Palácio e prometeu, mais uma vez, conversar com o presidente da Assembleia. Disse que vai pagar a folha normal dia 20, se o assunto não for resolvido até lá, e rodar uma folha extra com o reajuste aguardando solução da Alepe.

Até governistas pedem diálogo

Enquanto a queda de braço entre o Executivo e o Legislativo que travou a pauta de votação na Alepe, não impactou uma categoria organizada como é o caso dos professores, a crise entre os dois poderes não passou de discursos políticos. A pressão das galerias lotadas esta quarta-feira, no entanto, mudou o panorama. Até deputados governistas como João Paulo Silva e Renato Antunes falaram em necessidade de “sensatez”, como disse João e “humildade”, como falou Renato, para que o diálogo entre a Alepe e o Palácio das Princesas se restabeleça. Já o deputado Waldemar Borges, do PSB, ficou alguns minutos na tribuna tentando acalmar as galerias para tirar a culpa dos oposicionistas pelo que estava acontecendo.

Todos perdem

– “Nessa altura todos estão perdendo, um lado e outro enfrentam desgaste” – comentou um deputado de linha independente para este blog. A verdade é que a governadora, mesmo tendo garantido um bom aumento salarial para a educação, vem carregando nas costas pela ausência de quórum já que o Governo tem maioria no plenário. A oposição, da mesma forma, começa a perder pois os professores ficam olhando no painel quem está presente e de qual partido e cobra, da mesma forma , a presença de toda a bancada do PSB.

Os professores vão precisar fazer greve para que o reajuste da categoria seja votado na Assembleia?

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