Palácio trabalha nos bastidores para compor comissões da Alepe depois do carnaval

 

É tradição em Pernambuco os governadores conseguirem compor, sem dificuldades, a direção e o controle das três principais comissões da Assembléia Legislativa – Justiça, Finanças e Administração. Com o comando das mesmas nas mãos da base governista o Palácio das Princesas navega em céus de brigadeiro. Do contrário, entregues à oposição, elas tiram o sono de qualquer governador. Mas com Raquel, que ainda não compôs base sólida no Poder Legislativo, o Governo pode enfrentar grandes dores de cabeça até que a situação seja resolvida.

A informação dada, com exclusividade, por este blog na última quarta-feira de que o PSB já tem o controle de quase metade dos possíveis integrantes da Comissão de Justiça, tendo lançado já um candidato a presidente, o deputado estadual Waldemar Borges, a luz amarela foi acesa e até durante o carnaval vai-se trabalhar para resolver a situação já que o último prazo para fazê-lo é a segunda-feira, dia 27, quando a Assembléia sai do recesso carnavalesco.

Da mesma forma que o PSB se fortaleceu ao se compor com o PSOL e passar a ter direito a três das nove vagas da Comissão de Justiça que, somadas ao voto da Federação do PT, chega a quatro vagas, ontem nos bastidores se falava na possibilidade de formação de um bloco dos partidos já declaradamente governistas para tentar bloquear este avanço da Oposição. Contas são feitas a cada minuto para decidir o que fazer. Se não for possível resolver, haverá bate-chapa ou acordo de forma que o PSB, neste caso, se fortalece para assumir pelo menos uma das três comissões, com o que não concorda a governadora que deseja que sua base comande os três colegiados.

Federação PP/UB

A composição do PP com o União Brasil, criando uma federação partidária na Câmara, pode ter repercussão forte em Pernambuco. Os dois partidos têm hoje 13 deputados na Alepe. O que não se acredita é que este bloco vá se formar no estado a tempo de compor as comissões na Assembléia. Por isso a opção está sendo um bloco de partidos local que pode ser feito com rapidez.

Raquel entra na briga

Esta coluna foi encerrada na edição desta sexta-feira com uma pergunta sobre a responsabilidade por Pernambuco ter perdido para o Ceará a preferência por um ramal da Transnordestina. Este blog citou três possíveis culpados em discussão realizada até agora através de notas enviadas à imprensa: CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) , Governo Bolsonaro e Governo Paulo Câmara. Do seu recesso de carnaval a governadora Raquel Lyra deu sua opinião afirmando, em vídeo, que a culpa é do ex-governador. O que diz Paulo?

O ranço com o PSB

Mesmo Paulo Câmara já tendo deixado o PSB, o ranço de Raquel com o partido que quís impedí-la de se candidatar a prefeita de Caruaru, negando-lhe a legenda ( ela teve que optar de última hora pelo PSDB), continua a todo vapor. Qualquer currículo que chegue às mãos da governadora onde conste que o pretendente trabalhou no último mandato socialista é, de pronto, deixado de lado.

Sai do PP vai para a UB

O Porto do Recife, que vinha sendo administrado pelo PP, deve agora ser gerido por alguém indicado pela União Brasil. O tema já está composto dos bastidores. Só precisa agora que a governadora Raquel Lyra bata o martelo.


Pergunta que não quer calar: quem está demorando mais para compor o segundo escalão: o presidente Lula ou a governadora Raquel Lyra?

Recesso – A coluna Giro Político não será publicada nos dias de Carnaval. Voltará na quarta-feira de cinzas.

E-mail: terezinhanunescosta@gmail.com

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