Olinda: sete homens na luta pela vaga de vice de uma mulher

 

No mundo político poucos acreditam que o prefeito de Olinda, professor Lupércio, que interrompeu anos de administração do PCdoB e governa a cidade em segundo mandato, consiga fazer de sua secretária da fazenda, Mirella Almeida, que nunca disputou eleições, a nova prefeita do município nas eleições de 2024. Mas, a julgar pela luta que anima os bastidores a história ainda não foi contada e pode surpreender: hoje sete homens estão cotados e trabalhando, cada um a seu modo, para ser vice de Mirella. Na lista estão secretários municipais, ex-secretários, inclusive estaduais, e vereadores. “Para mim ela assume ares de favorita. Afinal, quem ia se propor a ser vice de uma candidata que não tivesse chance de ganhar? – afirma ao blog um dos sete pretendentes.

Fazem parte da relação dos nomes cogitados, o atual presidente de Câmara, Saulo Holanda, aliado e amigo do prefeito; Bruno Lisboa, atual secretário de Governo de Lupércio que é do MDB e já foi secretário de habitação do estado; Evandro Avelar, ex-secretário de infraestrutura de Lupércio, ex-secretário estadual de Jarbas, Paulo Câmara e Raquel e apoiado por oito vereadores; Paulo Roberto, ex-secretário de educação de Olinda e apoiado pelo deputado federal Augusto Coutinho; Rodrigo Cardoso, atual secretário de meio-ambiente, apoiado pelo ministro André de Paula; Junior Dionísio, secretário de imprensa e aliado a Marília Arraes; e Arlindo Siqueira, ex-vereador, que já foi vice em Olinda.

A julgar pelo que está acontecendo em Olinda fica claro que as mulheres pernambucanas assumiram de vez o protagonismo político após a vitória em 2022 da governadora Raquel Lyra, da vice Priscila Krause e da senadora Teresa Leitão. O município, que tem nome feminino, é adequado para isso e já elegeu antes Jacilda Urquiza e Luciana Santos, atual ministra da Ciência e Tecnologia do Governo Lula. Ter tantos homens querendo estar ao lado de uma mulher é o inusitado da história. E também um sintoma do leque de partidos que Lupércio conseguiu atrair para participar de sua administração. Dos partidos fortes em Olinda só ficaram de fora o PT, embora o prefeito tenha bom relacionamento com a senadora Teresa Leitão, que é olindense, e o PCdoB.

Quadro indefinido na oposição

Enquanto o bloco governamental se organiza e já trata da escolha do vice, na oposição há uma grande profusão de candidaturas. Isabel Urquiza vai ser candidata pelo PL; o atual vice, Márcio Botelho, do PP, que rompeu com o prefeito, também é pré-candidato; mas a grande incógnita se dá no grupo de esquerda que é forte no município. O PSOL já informou que Eugênia Lima, ex-candidata ao senado, é o nome do partido. Mas, espera-se o PT, PSB e o próprio PCdoB. Se a ministra Luciana Santos (PCdoB) disputar é forte candidata, sobretudo se unir a esquerda, da mesma forma que a deputada estadual Gleide Ângelo, do PSB.

Raquel no interior

A governadora Raquel Lyra continua com agenda intensa no interior, inaugurando escolas indígenas, fiscalizando obras em estradas, assinando ordens de serviço e falando em emissoras de rádio. Agora que retomou o gosto pelas ruas, a governadora não perde oportunidade de deixar o Palácio e ir ao encontro de prefeitos e prefeitas, deputados e da população em geral. O clima eleitoral já está estabelecido em muitos municípios, o que facilita para juntar gente nos eventos. Na semana passada em Bonito, o prefeito Gustavo Adolfo, eleito pelo PSB, reuniu milhares de pessoas para recepcioná-la.

Sem prejuízo

Não foi de todo um prejuízo para os prefeitos que decretaram calamidade financeira em seus municípios o adiamento do projeto que seria votado esta terça-feira na Alepe permitindo que a casa oficializasse os decretos municipais. O socorro que o presidente Lula deu aos municípios este final de ano, garantindo que eles recebam de FPM o mesmo valor de 2022, tirou muita gente do sufoco. Não se houve mais falar de prefeitura que não vai pagar o 13.o e o salário de dezembro. Pelo contrário, muitos perfeitos estão anunciando com estardalhaço a antecipação do pagamento.

Aumento do ICMS não será revogado

Apesar do apelo feito à governadora pelo deputado estadual socialista Sileno Guedes para que ela revogue o aumento da alíquota do ICMS, aprovada recentemente pela Alepe, não há qualquer sinal de que o apelo será ouvido. Até porque inviabilizaria o acordo de redistribuição do imposto que atende municípios menores e mais pobres também aprovado na esteira do aumento do tributo. Quem teria coragem de a esta altura ter contra si mais de 140 dos 184 prefeitos pernambucanos?

Aumento do ICMS não será revogado

Apesar dos apelos feitos pelos deputados estaduais Álvaro Porto (presidente da Alepe) e Sileno Guedes, do PSB, para que revogue o aumento da alíquota do ICMS, aprovada recentemente pela Alepe, não há qualquer sinal de que o apelo será ouvido. Até porque inviabilizaria o acordo de redistribuição do imposto que atende municípios menores e mais pobres também aprovado na esteira do aumento do tributo. Quem teria coragem de, a esta altura, ter contra simais de 140 dos 184 prefeitos pernambucanos?

 

Raquel vai atender aos apelos de Álvaro Porto e Sileno Guedes?

 

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