O G-10 da Alepe, formado pelos deputados fiéis a Raquel, causa ciumeira na casa

 

Fazendo analogia com os grupos G-7 e G-20, formados pelos países economicamente mais influentes do mundo, os deputados estaduais batizaram esta quarta-feira de G-10, os parlamentares que votaram pela manutenção dos vetos da governadora Raquel Lyra à Lei de Diretrizes Orçamentárias. Derrotada no plenário, que derrubou os vetos pelo placar de 30 a 10, a turma dos fiéis à governadora passou a ser tida na Assembléia como privilegiada, não pelo que tenha recebido até agora mas pelo que possa conseguir em obras e serviços para suas bases.

Apesar das brincadeiras, normais no ambiente parlamentar em casos desse tipo, espalhou-se o boato de que Raquel teria chamado o G-10 para almoçar com ela no Palácio, o que não aconteceu. Em meio aos comentários, muitos deputados que tradicionalmente vinham votando com o Governo esclareceram a este blog que continuam na base governista e que a derrubada dos vetos era uma questão inerente ao poder legislativo que teve vetadas emendas aprovadas por unanimidade em plenário. “Continuo apoiando a governadora”- disse o deputado Henrique Filho, do PP. O mesmo informaram mais dois deputados progressistas, o Pastor Cleiton Collins e Kaio Maniçoba além do deputado Fabrízio Ferraz, do Solidariedade. “Não se pode confundir a derrubada dos vetos com o apoio ao Governo em outras pautas”- disse um deputado, pedindo anonimato.

Kaio Maniçoba que é líder do PP na casa e que até anteontem era considerado pelo Palácio como um dos parlamentares mais leais ao Governo, explicou que a bancada progressista se reuniu já perto da hora da votação, e decidiu fechar o voto contra os vetos: “como líder – explicou – eu não poderia ir contra uma decisão tomada pelos colegas de partido”. O mais importante do que se viu e se comentou na Alepe ontem, um dia depois da mais expressiva derrota do Governo em plenário, foi a impressão de que, no ambiente formado após o gesto independente, a governadora pode não enfrentar tantos obstáculos, agora que está disposta a juntar a esses 10 fiéis pelo menos mais 15 a 20 parlamentares, passando a ter mais tranquilidade para trabalhar. Mas há um porém, como comentaram diversos deputados, “ele precisa dialogar e dar retorno o que até agora não aconteceu”.

Que saídas Raquel pode ter

Passada a perplexidade com o resultado da votação, já se comenta no Governo sobre saídas para o impasse criado. É voz geral que, na ponta do lápis, vai ser impossível o estado contar com recursos no primeiro semestre de 2024 para pagar R$ 250 milhões em emendas já que cada deputado tem direito a R$ 5.200 mil e um dos vetos da governadora foi à emenda parlamentar que obriga a liberação desse total até o mês de julho, quando se inicia a campanha eleitoral. O recurso para tornar sem efeito a derrubada dos vetos é judicial, de forma que pode demandar muito tempo para ser apreciado. Levanta-se agora a hipótese de que, não havendo reserva suficiente para isso, o Governo, através de entendimento com o Tribunal de Justiça e a própria Alepe, comprove a falta de condições e só libere o que efetivamente puder.

Ninguém pagou

Na verdade, como lembrou após a derrubada dos vetos o presidente da Comissão de Justiça da Assembléia, deputado Antonio Moraes, nenhum governador, nem mesmo Eduardo Campos, que prometeu tornar as emendas parlamentares impositivas para obrigar o Executivo a quitá-las, liberou mais do que 30% do anualmente previsto nessa rubrica. Sem falar que os recursos solicitados pelos deputados governistas eram liberados mas a oposição não recebia quase nada. Ficava sempre a ver navios.

João Paulo joga a toalha

O deputado estadual João Paulo, do PT, que vinha defendendo candidatura própria do partido à Prefeitura do Recife parece ter jogado a toalha. Agora anda dizendo que o diretório municipal do PT quer apoiar a reeleiçao prefeito João Campos “até sem a vice”, como exigiu a presidente nacional do partido, Gleice Hoffmann.

Pergunta que não quer calar: quem vai vencer a guerra de narrativas durante o conflito entre Israel e o Hamas já que todos os dias cada lado dá uma versão diferente dos fatos?

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