O dia de Jarbas

 

Com 50 anos de vida pública e 81 de idade, o senador Jarbas Vasconcelos sempre gostou do mês de agosto. Afinal foi no dia 23 deste mês que ele nasceu em 1942, em Vicência, na Zona da Mata Pernambucana, de onde saiu ainda criança com sua família e acabou aportando no Recife para se tornar um dos mais expressivos dos políticos pernambucanos e brasileiros. Não à-toa, portanto, que ele escolhesse o último dia de agosto, esta quinta-feira, para o lançamento dos dois primeiros volumes de sua biografia cuja autoria é do jornalista Ennio Benning.

Os que conviveram mais de perto com o senador sabem que logo no início de agosto ele começa a falar em seu aniversário e no dia 23 reserva algumas horas do dia para receber amigos e admiradores. Isso sempre aconteceu na Prefeitura, como prefeito, no Palácio do Governo, como governador, ou no Centro Debate, onde tem escritório, quando exerce, como agora, mandato legislativo. Naturalmente sisudo, sempre recebe a todos com alegria e, parecendo criança, abre um a um dos presentes com semblante de admiração e agradecimento. Além dos bolos e salgados, sempre preparados por amigos e familiares, nunca faltaram os bolos feitos por mulheres do povo, com enfeites e as velinhas tradicionais.

Logo mais a partir das 18 horas, no JCPM, a biografia será lançada reunindo amigos e admiradores e o mundo político estadual que com ele conviveu nos mandatos de deputado estadual, federal, senador, prefeito da capital e governador. Os mais jovens, que ingressaram recentemente na política, estarão, sem dúvida, interessados em conhecer os nuances da vida de um vencedor nos campo que escolheu lutar. Baluarte da defesa da volta da democracia nos tempos mais duros do regime militar, o senador também tem exemplos a dar na administração pública. Conforme pesquisas nacionais realizadas na época pela Folha de São Paulo, foi escolhido, anos seguidos, como o melhor prefeito de capital e governador do Brasil, pelos altos índices de popularidade que ostentou.

Fazendo alianças

Nessa época de divisão extremada na Política brasileira, o senador, como está posto em sua biografia, sempre praticou o diálogo. Mesmo na ditadura, quando enfrentou sem temor as baionetas e foi o primeiro a defender uma Assembléia Nacional Constituinte, nunca deixou de ter amigos de direita, o que lhe permitiu depois ajudar Ulisses Guimarães no processo de abertura e redemocratização do país. Posteriormente, fundou a União por Pernambuco unindo MDB, PFL e outros partidos. Por esta coligação foi governador duas vezes. Posteriormente, aliou-se ao ex-adversário Eduardo Campos que pretendia disputar a eleição de presidente da República mas acabou falecendo antes de iniciada oficialmente sua campanha. O propósito de Eduardo era unir Pernambuco como fizera Getúlio no Rio Grande do Sul antes de ser presidente.

Alepe votará LOA

A Assembléia Legislativa votará esta quinta-feira o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias – LOA – que precisa estar aprovado o quanto antes para que o Governo inicie a elaboração do Orçamento Estadual de 2024. Os deputados deverão se pronunciar sobre a decisão da Comissão de Finanças que, por 5×4, rejeitou o parecer da relatora deputada Débora Almeida e aprovou um projeto paralelo, do deputado Alberto Feitosa, impondo procedimentos ao Executivo, entre eles a obrigação de apagar as emendas parlamentares do próximo ano até julho, o que a deputada Débora considera ilegal.

Lula e Macron

Amigos de longa data, o presidente Lula e o presidente da França, Emmanuel Macron, não falam mais a mesma língua. O presidente francês que lutou internacionalmente na defesa pela imagem de Lula após sua prisão, e que o recebeu em Paris como grande alegria após a vitória de 2022, reclamou esta semana porque a França não está presente no Tratado de Cooperação Amazônica em virtude da Guiana Francesa e cobrou posicionamento do Brasil. Dias antes Macron dissera que a expansão dos Brics defendida por Lula cria “risco de fragmentação do mundo” e é contrária ao Ocidente.

Pergunta que não quer calar: quem vai vencer a guerra sobre a LOA na Alepe, o Governo ou a Oposição?

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