Marilia dá a volta por cima e lança 20 candidatos/as a prefeito/as

 

No mundo da política, costuma-se  dizer que quando se perde uma eleição majoritária “o capim cresce na frente de casa”, ressaltando que, durante certo tempo, ninguém se aproxima do perdedor que fica isolado. Alguns chegam ao ponto de abandonar a política ou entrar em depressão. Mas há casos contrários como de Jarbas Vasconcelos que em 1990, derrotado pelo eleito governador Joaquim Francisco, passou mais de um mês em uma praia do litoral norte na companhia apenas da família. Falava-se que estava depressivo mas ele de lá voltou com a decisão de voltar a ser prefeito do Recife, elegendo-se em 1992, e se aliar ao PFL que o ajudou a se eleger governador em 1998 por uma frente política que derrotou até Miguel Arraes e ficou oito anos no poder.

Há um ano e meio a deputada federal Marília Arraes (Solidariedade) teve 2,1 milhões de votos para governadora de Pernambuco mas perdeu para Raquel Lyra. Passou pelo mesmo processo de Jarbas e acabou dando a volta por cima. “Pessoas que estavam comigo há anos se afastaram, assim como muitos prefeitos. Precisei me reinventar, inclusive com novas alianças”- disse ela recentemente. Marília, que se reaproximou do primo e prefeito João Campos, concluiu o período de pós-gravidez e caiu em campo percorrendo quase todo o estado.

Ninguém acreditava que ia muito longe mas ela conseguiu lançar pré-candidatos a prefeito/a em 20 municípios do Estado apesar de estar filiada a um partido pequeno, o Solidariedade. Número expressivo, se comparado a grandes partidos que não vão passar de até 40 candidatos. Dois desses pré-candidatos são Lula Cabral, no Cabo de Santo Agostinho, um dos maiores municípios do estado, e outro o deputado estadual Luciano Duque que pode vir a disputar em Serra Talhada. O motivo? Ela explica com o fato de ser conhecida como pessoa de palavra: ”quem está no meu partido como candidato ou candidata sabe que não volto atrás, como acontece em outras legendas” – diz ela. Isso costuma acontecer muito no interior.

Jogo de cintura

O jogo de cintura de Marília está permitindo que a bancada do Solidariedade na Alepe faça parte da bancada da governadora Raquel Lyra, enquanto ela se alia no Recife a João Campos. Na verdade, ela não conduziu a bancada na Assembléia até porque não teria força para isso. Deixou que os decidissem o caminho a seguir por  maioria. Dos quatro, três votaram pelo apoio a Raquel. O discordante foi Lula Cabral mas que se diz independente, podendo votar no Governo, dependendo do projeto apresentado.

Em defesa de Raquel

Ontem na Assembléia, animados com a formação do bloco governista, três deputados – fato inédito – subiram à tribuna para exaltar o trabalho da governadora. Fabrizio Ferraz falou do programa cozinhas comunitárias, Luciano Duque da redução do IPVA e do Dívida Zero que tirou da inadimplência mais milhares de empresas, e a deputada Débora Almeida que ressaltou o bom comportamento do secretário da fazenda denunciando um corruptor que entregou uma caixa com R$ 50 mil em sua residência. O homem está preso. A deputada disse que o governo atual não admite corrupção e o secretário deu o exemplo disso. O presidente Álvaro Porto, que é de oposição, elogiou o secretário.

Bolonaristas criam o “invasão zero”

Deputados estaduais e federais bolsonaristas decidiram estender a Pernambuco um movimento criado nacionalmente para se contrapor às invasões do MST. O grupo se reuniu ontem no Recife com a presença do coronel Meira (deputado federal) do ex-ministro Gilson Machado e do deputado coronel Alberto Feitosa que criou na Alepe uma Frente Parlamentar Mista Invasão Zero. “Não estamos falando em formar milícias mas em fazer valer o que está na Constituição e o direito legítimo à sua propriedade e a se defender”. Na verdade eles querem reforçar a votação do projeto de lei em análise na Câmara Federal que impõe sanções a invasores.

Será hoje

A Comissão de Segurança da Assembléia reúne-se na manhã desta terça-feira para votar o projeto das faixas salariais da PM e Bombeiros. Falta agora o presidente da Alepe, Álvaro Porto, definir quando o assunto vai ser votado em plenário, se hoje ainda ou esta quarta.

Essa frente Invasão Zero não vai é criar dificuldades ao invés de soluções?

E-mail: redacao@blogdellas.com.br/terezinhanunescosta@gmail.com

Compartilhar