Lula se perde pela boca, fala de Moro na hora errada e ministros passam o dia se explicando

 

Há um conhecido provérbio popular que ressalta a importância da prudência no falar, e é voltado, sobretudo, para as autoridades públicas. Nascido na época dos gregos e romanos ele ensina que “em boca fechada não entra mosca” ou mosquito, como adaptamos por aqui. Posteriormente, com inspiração nos gregos e latinos, surgiram outros no mesmo sentido como “às vezes o silêncio vale pela eloquência” ou mais “a palavra é de prata, o silêncio é de ouro”. Todos eles significam que às vezes é mais prudente manter o silêncio, para evitar consequências desagradáveis.

O presidente Lula que, muito mais do que nos primeiros mandatos, vem soltando o verbo em pronunciamentos e entrevistas, disse esta semana ao Portal 247 que quando preso recebia visitas de procuradores que sempre lhe perguntavam se estava tudo bem, e continuou: “e aí eu respondia, só vai ficar bem quando eu fu… com o Moro. Tô aqui para me vingar dessa gente”. A verborragia presidencial causou reações negativas diversas, inclusive a comparação com Bolsonaro que falava cobras e lagartos. Mas o pior ainda estava por vir quando esta quarta pela manhã a Polícia Federal deflagrou operação contra o PCC que planejava assassinar Moro, sua família e outras autoridades públicas.

Embora a ira do presidente não possa ser associada à ação do PCC, não houve quem evitasse, nessa época da redes sociais, que a fala de Lula se misturasse com o assunto. O próprio Moro maneirou mas deixou seu registro – “não posso negar que sua fala pode gerar risco para mim e minha família”. Deputados do PL, Podemos e União Brasil ameaçaram pedir o impeachment do presidente e foram à imprensa fazer ilações vinculando a fala de Lula com a ação da PF. O líder do Governo, senador Jaques Wagner, ficou indignado “se o Lula soubesse da operação, seguramente não falaria isso de véspera. Aí seria batom na cueca. Para mim isso é uma viagem lunática desse pessoal”. O ministro Flávio Dino foi mais além: é vil, leviana e descabida qualquer vinculação desses eventos com a política brasileira” – respondeu irritado. Nada disso teria acontecido se Lula não estivesse se perdendo pela boca. E não é de hoje.

Mendonça ataca o PCC e apoia Moro

O deputado federal Mendonça Filho apresentou na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados um pedido de moção de apoio e solidariedade a Moro, afirmando: “o ataque de uma facção criminosa contra agentes públicos e autoridades como o senador Sérgio Moro, uma referência no combate ao crime organizado, é um ataque ao próprio Estado brasileiro. Esse plano desarticulado é uma nova frente de atuação que estaria sendo aberta pelo crime organizado para reagir ao trabalho das forças de segurança”.

Raquel em ação

A governadora Raquel Lyra tem encontrado tempo em sua corrida agenda desta semana, incluindo a visita de Lula, para ouvir deputados estaduais e fechar acordos políticos com partidos. Disposta a compor o mais breve possível sua base de sustentação na Assembléia, a governadora já sentou inclusive com parte da bancada do Solidariedade, o partido de Marília Arraes. Também está compondo o apoio a seu Governo do União Brasil, Podemos e de deputados do Republicanos.

Estradas na mira

O senador Fernando Dueire e o deputado estadual Jarbas Filho tiveram esta quarta audiência em Brasília com o ministro dos Transportes, Renan Filho. Solicitaram a recuperação das estradas federais pernambucanas e a conclusão das que estão paradas como a 104. Fernando ressaltou que “a conversa foi muito boa e o ministro se mostrou empenhado e interessado em trabalhar no estado”. Jarbas Filho lembrou que “como alagoano, o ministro mostrou conhecimento do que está acontecendo com as estradas estaduais e tem intenção de agir nesse sentido”.

Pergunta que não quer calar: até quando os petistas pernambucanos vão continuar vaiando os convidados de Lula?

E-mail: terezinhanunescosta@gmail.com

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