Lula e Raquel enfrentam desafio de vencer gargalos para fazer o que prometeram

É comum no mundo político a alegação de que tudo só acontece depois do carnaval. Isso vale para todas as áreas, mas, em se tratando de novos administradores públicos, como é o caso do presidente Lula e da governadora Raquel Lyra, recém empossados, as dificuldades se avolumam e as cobranças vão começar a ser feitas. A partir desse momento, a oposição nacional e local costuma deixar de lado o benefício da dúvida e as pessoas, que aguardam pela melhoria dos serviços públicos, tendem a perder a paciência se as respostas às demandas não acontecem como o pretendido.

O presidente, no plano nacional, e a governadora, na vida local, estão preparados para tal? No caso dos dois há pelo menos um entrave em comum. Tanto Lula quanto Raquel – ela mais do que ele – não conseguiram ainda sequer preencher os cargos disponíveis na máquina pública para que ela funcione com a presteza que se deseja. No plano nacional, além de cargos vagos aos milhares no segundo e terceiro escalões, em se tratando do Nordeste, nem mesmo órgãos regionais como Sudene, Codevasf estão com os titulares escolhidos ou empossados. Sabe-se que o ex-governador Paulo Câmara presidirá o BNB mas vai ter que aguardar autorização legal para isso. Sobre Sudene e Codevasf não há definição.

Já a governadora escolheu os secretários no último dia do prazo e em quase todas as secretarias nem mesmo os secretários executivos foram definidos. Da mesma forma, órgãos como Detran, Lafepe, Ceasa, DER, Consórcio Metropolitano, Cehab e Copergás continuam sem presidentes. Na Assembléia, os deputados comentam que o gargalo se deu depois que Raquel resolveu que cada titular até terceiro escalão terá que ser definido depois que ela, pessoalmente, analisar o currículo. Instada pelos deputados, no último encontro sobre a demora, ela prometeu que depois do carnaval formaria um grupo para ajudá-la a cuidar disso. O tempo urge e a necessidade também.

Queixas do carnaval

Prefeitos começam a reclamar da distribuição das verbas do carnaval entre os municípios. Como o estado decidiu liberar R$ 10 milhões para isso mas restringiu o gasto à contratação de atrações, as comparações começam a ser feitas e as críticas também. Antes, como havia verbas tanto para atrações como para estrutura de palcos e som a comparação ficava mais difícil. Hoje um município que recebeu um show de Alceu Valença, por exemplo, passa a ser visto como beneficiado diante de outro que só contou com bandas de música brega. Pelo visto a coisa ainda vai render.

Olinda movimentou R$ 400 milhões e recebeu 4 milhões de turistas

A Prefeitura de Olinda fez ontem um balanço do carnaval na cidade. Segundo prefeito, professor Lupércio, desfilaram pelo município, em todos os polos, mais de 1.500 blocos e troças. As atrações disponibilizadas nesses polos foram 300, sendo 95% de artistas pernambucanos e, desses, 80% olindenses. Não houve registro de homicídios e nem de agressões de maior porte. A economia municipal recebeu injeção de R$ 400 milhões e 4 milhões de turistas subiram e desceram ladeira durante a folia.

Filha de Chico Sciense reclama

Louise França, filha de Chico Sciense, aproveitou a festa de encerramento carnaval de Olinda para fazer um protesto no microfone oficial. Reclamou que a Prefeitura prejudicou ambulantes ao só divulgar dois dias antes da festa o nome da empresa patrocinadora do carnaval, tendo proibido a venda de outras marcas, e ainda elogiou o vereador de oposição Vinicius Castelo, do PT, que se opôs à determinação. Ao ouvir reclamação de uma servidora municipal ela deu de ombros e, cobrada por estar sendo paga com recursos públicos, recusou-se a receber o cachê.

Duere e Jarbas dão ajuda ao HCP

O senador Fernando Duere e o deputado estadual Jarbas Filho (MDB) anunciaram esta quinta-feira o repasse de R$ 500 mil, através de emenda no Orçamento Geral da União 2023, para o Hospital do Câncer de Pernambuco, que enfrenta crise financeira. Os dois visitaram o superintendente geral do HCP, Sidney Batista Neves para formalizar a doação que vai ser destinada a despesas de custeio e assistência hospitalar e ambulatorial da unidade.

Pergunta que não quer calar: quando vão ser divulgados os nomes dos surpreendentes da Sudene e Codevasf?

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