Lula e a dificuldade de se mostrar neutro sobre a guerra da Ucrânia

 

O Brasil tradicionalmente tem se comportado como neutro em relação à sua Política Externa. Isso não foi criado em anos recentes. É quase uma doutrina que tem ajudado ao país no relacionamento com os todos os blocos e, mais recentemente, na venda cada vez mais robusta dos seus produtos para o exterior. A Guerra da Ucrânia, porém, tem tirado do prumo o atual presidente. Invadida pela Rússia e vítima, há mais de um ano, de intensos bombardeios, já tendo perdido milhões de habitantes que se refugiaram nos países vizinhos, e milhares de soldados, sem contar as centenas de civis, a Ucrânia tem servido de verdadeiro joguete nas ações de Lula.

Desde que foi eleito, o atual presidente tem funcionando como uma espécie de biruta de aeroporto no que se relaciona à guerra no leste Europeu. Na campanha, Lula já tentava culpar o presidente da Ucrânia pela guerra, mas, depois de eleito, foi aos Estados Unidos para encontro com o presidente Joe Biden ao qual se ofereceu como mediador do conflito e defendeu a criação de G20 com países neutros, para conseguir um acordo de paz. Era o Lula Paz e Amor. Mas na semana passada, após visita à China, ele deixou cair a fantasia. Passou a dizer que Putin e Zelensky são culpados pela guerra, quando foi a Rússia que invadiu a Ucrânia, e até insinuou que a paz seria construída com a Ucrânia deixando de lutar, o que significa entregar ao inimigo os territórios ocupados. Por fim acusou os Estados Unidos e a União Européia de incentivar o conflito, na hora que ajudam os ucranianos.

Os americanos responderam de pronto dizendo que o presidente brasileiro perdeu as condições de mediar na hora em que se define por um dos lados e o porta-voz da União Européia criticou duramente Lula afirmando que ele estava confundindo as coisas, que a Rússia foi que invadiu a Ucrânia e que Estados Unidos e União Européia estavam ajudando um país soberano a se defender. Chegou a citar, sobre o horror da guerra feita pela Rússia, as milhares de crianças ucranianas separadas dos pais e que hoje vivem sob a guarda dos soviéticos. O que Lula fará agora? É difícil imaginar mas grande parte dos petistas estão perplexos diante do comportamento que ele tem adotado.

Bolsonaro também errou

A Guerra da Ucrânia não está sendo mesmo um bom momento para a diplomacia brasileira. O ex-presidente Jair Bolsonaro, apesar de ser o oposto de Lula em vários aspectos, agiu da mesma forma como presidente. Chegou a visitar Putin poucos dias antes dele atacar a Ucrânia sob o pretexto, inacreditável, de, como falou, “discutir o fornecimento de fertilizantes para o agronegócio brasileiro”. Na época, os Estados Unidos também se pronunciaram afirmando: “no momento em que o presidente do Brasil se solidariza com os russos quando eles estão se preparando para atacar os ucranianos, não poderia acontecer coisa pior”.

Raquel vai ao interior

O governadora Raquel Lyra viaja estas quarta e quinta para o interior. Visita municípios do Agreste e Sertão a começar por Caruaru, onde inaugura um novo sistema de armazenamento de energia na Estação de Tratamento de Água, no bairro Petrópolis. Em seguida, visita a obra da Adutora do Agreste, em Arcoverde, que acaba de receber R$ 50 milhões do Governo Federal. Na quinta-feira ela estará em Serra Talhada onde se reunirá com os prefeitos sertanejos e , depois, em Sertânia, inaugura a implantação do sistema de abastecimento do Rio da Barra.

MST dá dores de cabeça

O MST, que parecia mais calmo, voltou ao sistema de invasões de propriedades. Em Pernambuco invadiu esta semana até um centro de pesquisas da Embrapa e várias fazendas produtivas. A impressão é que o Governo não está conseguindo controlar o movimento, cujo expoente maior, João Pedro Stédile foi com Lula para a visita à China. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que condena “veementemente as invasões em áreas produtivas, adiantando que “esta não é a melhor forma de lutar por alguma coisa”.

Pergunta que não quer calar: quando o Governo Federal vai conseguir conter o MST?

E-mail: terezinhanunescosta@gmail.com

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