João Paulo quer que diretório estadual do PT formalize apoio à governadora Raquel Lyra

Um dia depois que a governadora Raquel Lyra concedeu entrevista a este blog afirmando que “já tem gente do PT no meu Governo “e citando o apoio da bancada petista à sua administração na Assembleia, o deputado estadual e ex-prefeito do Recife, João Paulo Silva, defendeu esta quinta-feira uma reunião do diretório estadual do partido “para formalizar o apoio à governadora”. Ele disse que “quem já falou que Raquel faz parte da base do presidente Lula foi o ministro da Casa Civil, Ruy Costa, portanto, não está na hora de, a nível estadual, formalizarmos isso”.

Ele destacou que Raquel “tem a mesma preocupação social do presidente Lula, está recebendo todo apoio dele para seus projetos e tem dado o devido crédito a isso. Sempre que faz algum anúncio de obra ou serviço  em parceria com o Governo Federal ela faz questão de agradecer ao presidente, o que outros não costumam fazer” – alegou. Para João Paulo a participação de uma parte do PT não administração do prefeito João Campos não vai impedir que isto aconteça. – “Eu defendi antes dessa inadequada antecipação da luta por 2026 que o PT não participasse nem da administração de João nem da de Raquel para ficarmos livres para decidir em 2026 mas agora que o prefeito fechou acordo com uma parte do partido nada impede que nos aliemos a Raquel”.

Segundo ele, “o senador Humberto Costa, a maior liderança do PT no estado,  não participou de acordo com o prefeito do Recife. Hoje, ele, o deputado federal Carlos Veras,  os três deputados estaduais, as duas vereadoras do Recife e a maioria dos nossos prefeitos preferem apoiar a governadora” – enfatizou.

Direção fez reunião informal

 Parte dos componentes do Diretório Estadual se comunicaram este final de ano discutindo a formalização do apoio a Raquel mas decidiram aguardar a chegada do senador Humberto Costa que se encontra no Exterior. Sabendo disso, o prefeito teria ligado para pelo menos um membro do grupo oferecendo secretarias executivas e outros cargos mas a resposta foi “não”. Na verdade o caldo engrossou de vez quando o secretário de habitação Ermes Costa, do grupo de Humberto, foi informado que seria substituído por Felipe Cury, ligado à senadora Teresa Leitão. O prefeito se antecipou e disse que o secretário de Meio Ambiente, Oscar Barreto, era da sua cota, embora petista, e não seria mexido, deixando Humberto de fora das articulações.

Problema antigo

O relacionamento do prefeito com o senador Humberto Costa não anda bem desde a campanha de 2022 quando o PT, de comum acordo com o governador Paulo Câmara,  fez uma pesquisa testando o nome de Humberto para governador e de Paulo para o Senado. De forma inesperada, João Campos apareceu no encontro de Paulo e Humberto com Lula sobre o assunto e disse que o PSB não aceitaria entregar ao PT a cabeça da chapa, jogando um balde de água fria na articulação. Paulo acabou saindo da legenda em 2023 e Humberto até hoje não engoliu o veto de João a seu nome.

Raquel já ajuda Mirella

A governadora Raquel Lyra, que foi fundamental para a vitória de Mirella Almeida para prefeita de Olinda, destacou ontem o presidente da Cehab (Companhia Estadual de Habitação e Obras) Paulo Lira, para fazer uma vistoria, junto com a prefeita e parte de sua equipe, nas principais vias olindenses com o objetivo de formar parcerias do estado com o município para recuperação de ruas e avenidas. Também estão previstas obras de habitação. Falando em Olinda, o candidato do PT a prefeito, que acabou derrotado, Vinicius Castello, foi anunciado como assessor especial do vice prefeito e secretário de infraestrutura do Recife, Victor Marques.

Prefeito Eduardo Honório com Raquel

O ex-prefeito de Goiana Eduardo Honório foi convidado pela governadora Raquel Lyra para fazer parte de sua Assessoria Especial. Honório, que teve 78,16% dos votos mas não pode assumir porque a Justiça Eleitoral entendeu que ele iria para um terceiro mandato, foi surpreendido pela eleição da Câmara de Vereadores que escolheu o vereador Eduardo Batista como presidente após uma negociação em que 12 vereadores teriam ganho o direito de controlar, através de assessores, uma secretaria e de nomear 200 pessoas cada um. Eduardo Batista assumiu interinamente a Prefeitura até a realização de novas eleições.

Até onde vai a disputa antecipada para 2026 entre a governadora e o prefeito do Recife?

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