João Campos fecha cerco sobre partidos, podendo inviabilizar oposição em 2024

O prefeito João Campos, favorito na disputa pela Prefeitura do Recife no próximo ano, quer mais. Tem exercido um cerco direto aos partidos políticos, após a eleição de 2022 quando o PSB deixou o Governo após 16 anos Poder, e, na pisada que vai, pode inviabilizar a sobrevivência da oposição no pleito. Hoje é mais fácil citar os partidos que não o apoiam, do que os que estão representados em sua administração. De legendas importantes, ele só não consolidou em seu base o PSDB/Cidadania, partido da governadora Raquel Lyra, o PP e o PL.

No mês passado, deu duas secretarias ao PT, afastando a possibilidade de uma dissidência pela esquerda que pudesse inviabilizar a presença do presidente Lula no seu palanque; trouxe de volta o PSD, de André de Paula, logo após a eleição estadual; consolidou o apoio do Republicanos de Sílvinho Costa; conservou a secretaria do MDB, contentando a legenda e esta semana deu ao PV, do deputado Clodoaldo Magalhães, uma secretaria e outra para a vereadora do Recife Andressa Romero, abrindo espaço para a suplente Aline Mariano, um pedido que lhe fizera a ex-deputada federal e sua prima Marília Arraes, do Solidariedade. Com a ida de Andressa neutralizou ainda mais o União Brasil, que já tem uma secretaria municipal, além do esposo de Andressa ser o deputado estadual da UB, Romero Albuquerque.

A medida que a governadora Raquel Lyra fecha seu Governo aos partidos – só tem o apoio do PSDB/Cidadania, PP e PL – João nada de braçadas e faz política, como afirma um deputado estadual socialista : “João é como Eduardo, sabe trabalhar política como ninguém”. Raquel tem conseguido abrir algumas brechas: cedeu espaço no Governo para o MDB através do líder político de Caruaru, Tony Gel e da Junta Comercial entregue ao presidente estadual Raul Henry; e da União Brasil, entregando o Porto do Recife a um indicado do deputado federal Luciano Bivar. Se conseguir se entender com o grupo Coelho e com o deputado federal Mendonça Filho, pode consolidar a UB no seu palanque em 2024. Já o MDB é difícil pois o partido está, desde o início das administrações socialistas com o ex-prefeito Geraldo Júlio, ao lado do PSB.

André Campos no BNB

O ex-presidente da Copergás no Governo Paulo Câmara, André Campos, deve integrar a assessoria do novo presidente do BNB, o ex-governador Paulo Câmara. Os dois se dão muito bem e este blog constatou que o convite já está feito, só falta cumprir as formalidades burocráticas. André é funcionário da Conab – Companhia Nacional de Abastecimento – e vai precisar voltar a seu posto para, então, ser cedido ao BNB.

João Paulo Costa e a segurança

O deputado estadual João Paulo Costa (PCdoB) deu entrada a projeto na Assembléia que obriga, a cada seis meses, a secretaria de segurança a prestar contas aos deputados estaduais, como faz, anualmente, o secretário da fazenda. Este mesmo projeto fora apresentado pelo seu irmão Silvinho Filho, então deputado estadual (hoje é Federal) mas morreu nas gavetas da Comissão de Justiça , durante a gestão Paulo Câmara. Esta quinta-feira, no plenário, ele explicou que acompanhar a área de segurança em Pernambuco é tão importante quanto o acompanhamento das finanças e da economia.

Danilo permanece no PSB?

Há uma grande incógnita no meio político sobre o destino partidário do ex-deputado federal Danilo Cabral. Sem apoio do prefeito João Campos ele não conseguiu indicação do PSB para o governo Lula. Acabou amparado pelo PT na superintêndência da Sudene. Se depender os petistas ele se filia ao partido e é possível que isso aconteça pois a Sudene estava destinada a eles.

Pergunta que não quer calar: qual espaço partidário vai ter o candidato a prefeito do Recife apoiado pela governadora Raquel Lyra?

E-mail: terezinhanunescosta@gmail.com

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