João Campos começa negociações com o PT e pode integrar o partido à sua base na PCR

O prefeito João Campos, que fez severas críticas ao PT na eleição de 2020, levantando inclusive os casos de corrupção nos Governos Lula e Dilma, iniciou negociações com a direção estadual do Partido dos Trabalhadores, visando integrar a legenda à sua base de sustentação, como tem feito nos últimos dias com vários outros partidos tipo PSD e União Brasil. Em 2020 João enfrentou no segundo turno a candidata petista a prefeita, Marília Arraes (hoje no Solidariedade) e usou de um duro discurso para macular os antigos companheiros.

Duas lideranças petistas de grupos diferentes confirmaram a este blog o início do diálogo : “a primeira conversa – disse uma delas – foi genérica, o prefeito falou da importância de unificar o palanque de Lula na capital através da recomposição da Frente Popular mas ficamos de aprofundar os entendimentos”. Se isso acontecer, será sepultada a pretensão inicial do ex-prefeito do Recife João Paulo Lima e Silva de tentar voltar ao Palácio Capibaribe. A vários interlocutores ele tem dito que, além da expressiva votação que teve para deputado estadual, foi muito bem recebido na periferia da capital durante a campanha, ouvindo apelos da população para voltar a comandar a cidade.

Se integrar o PT à sua base e até mesmo o PP, caso ocorram estremecimentos na relação dos progressistas com a governadora Raquel Lyra por causa da presidência da Alepe , o prefeito terá formado uma densa base política para tentar a reeleição. De partidos com grande tempo de TV, o único que ficaria fora era o PL que ainda não decidiu integrar a base de apoio de Raquel na Alepe, embora isso possa vir a ocorrer. Restaria à governadora os partidos com menos tempo de Televisão, um recurso fundamental em 2024 para quem deseja disputar a prefeita da capital.

PT mais uma vez preterido

Embora tenha hoje dois dos três senadores pernambucanos, o PT dificilmente ganhará protagonismo no estado neste governo Lula por conta da grande influência do PSB ainda presente por aqui. Um dos sintomas seria o fato dos ex-deputados federais Tadeu Alencar e Milton Coelho terem assumido secretarias executivas de ministérios importantes – o próximo a integrar a administração Lula será o ex-governador Paulo Câmara – e para o PT pernambucano nenhum cargo federal tenha sido destinado até agora. A última esperança deles é a superintendência da Sudene.

Secretário em alta

Nem bem assumiu o posto e o secretário de Planejamento Gestão e Desenvolvimento Regional do Governo do Estado, Fábricio Marques, já assumiu uma liderança nacional importante. Foi eleito esta semana presidente do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Planejamento, órgão integrado por todos os estados da Federação além do Distrito Federal. Ele vai estar à frente do Conselho nos anos de 2023 e 2024.

Simone Santana

A deputada estadual Simone Santana (PSB) esclarece que a lei de autoria da governadora Raquel Lyra (na época deputada) garante que a mesa diretora da Alepe tenha no mínimo uma mulher e não só uma mulher. Neste caso mantém sua candidatura a 1.a vice-presidente mesmo que a deputada Socorro Pimentel (União Brasil) também deseje ocupar um dos cargos da mesa.

Dani candidata a Direitos Humanos

A nova deputada estadual do PSOL, Dani Portela, com o apoio de mais de 70 entidades que se pronunciaram através de um abaixo-assinado, lançou sua candidatura a presidente da Comissão de Cidadania, Direitos Humanos e Participação Popular da Alepe. Ao comunicar isso ontem, através de suas redes sociais, ela afirmou que a comissão vem sendo gerida há três legislatura pelo seu partido. O Coletivo Juntas foi a última representação Psolista a comandar a comissão.

Yanomami

Ontem a Policia Federal abriu inquérito para apurar responsabilidade de autoridades brasileiras com a tragédia dos yanomami e o Tribunal de Contas da União anunciou o início de uma auditoria sobre o assunto. As informações oficiais dão conta de que R$ 1,4 bilhões foram gastos nos últimos quatro anos para garantir socorro na área de saúde aos indígenas e, pelo visto, nada ou quase nada chegou ao território yanomami.

Pergunta que não quer calar : quem do PT estadual pode vir a ocupar cargo federal no Governo Lula?

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