Guerra de bastidores na disputa entre situação e oposição para compor comissões da Alepe

 

Apesar da Assembléia Legislativa só interromper o recesso de carnaval na próxima segunda-feira, quando voltarão as sessões ordinárias, ontem uma guerra de bastidores entre situação e oposição prenunciava que pode haver uma grande disputa pela composição das 17 comissões da casa na próxima semana, quando se encerra o prazo para definição das mesmas e para a escolha do presidente e vice dos colegiados.

Embora com espaço reduzido, a oposição deu um susto no Governo quando partiu na frente e PSB e PSOL constituíram um bloco que lhes garante três dos sete votos das comissões de Justiça e Finanças, as mais disputadas. A esses três deve se juntar o voto da Federação PT/PCdoB/PV fazendo quatro. Com isso a oposição estaria precisando de apenas um voto de um partido independente para assumir a presidência dessas duas comissões. A bancada do Governo, porém, reagiu e trabalha também na formação de blocos até segunda para atingir a maioria, que seriam cinco votos.

Vai caber ao presidente da Alepe, Álvaro Porto (foto), a tarefa de formar as comissões, obedecendo ao critério de representação dos partidos na casa, e, em seguida, supervisionar a votação. Antes de ser eleito por esforço próprio e por unanimidade ele garantiu aos partidos que cumpriria integralmente o estatuto da casa, evitando atropelos de última hora mas trabalha para evitar um bate-chapa, tentando conciliar os interesses de todos. Por seu turno, a governadora Raquel Lyra tem dado seguidos sinais de que o Governo deseja comandar as três principais comissões – Justiça, Finanças e Administração – e que, para isso, abre mão de todas as demais para as bancadas independente e de oposição.

Raquel corre perigo

Raquel pode enfrentar dificuldades caso não controle pelo menos as comissões de Justiça e Finanças. Elas são fundamentais para que os projetos governamentais enviados à Alepe sejam priorizados e até aprovados. Um projeto só é votado em plenário se passar pelas duas e mais pela de Administração, sendo que esta última não é fundamental. Até hoje os governadores costumam controlar as três mas, como foi eleita por apenas dois partidos, PSDB e Cidadania, Raquel não tem ainda maioria formada para chegar até lá. Vai depender de negociações.

Dona Anita a pioneira

Ontem, dia em que se comemorou 91 anos do voto feminino no Brasil, a população da Mata Norte recordou um pioneirismo da região. É que a ex-prefeita de Macaparana, Anita Moraes, avó do deputado estadual Antonio Moraes, foi uma das primeiras mulheres a exercer cargo público pelo voto no estado, elegendo-se vereadora em 1945 e foi a segunda brasileira a assumir o cargo de prefeita. Em 1952, ela era presidente Câmara quando o prefeito eleito foi afastado do cargo e então tomou posse no seu lugar. Este blog registrou também, com base em dados do TRE, que três pernambucanas, Martha Holanda, de Vitória de Santo Antão; Celina Nigro, do Recife e Edwiges de Sá Pereira, de Barreiros, foram pioneiras na luta para que as mulheres tivessem direito ao voto no Brasil.

Jaboatão na frente

O município de Jaboatão iniciou ontem, três dias antes do previsto, a aplicação da 5.a dose da vacina contra a Covid-19. O imunizante tem uma característica especial: é bivalente, englobando as variantes Omicron, que surgiram mais recentemente e são altamente transmissíveis. Recife começou o agendamento esta sexta-feira mas a aplicação da vacina só se inicia na próxima segunda, dia 27. A prioridade é para pessoas com mais de 70 anos, idosos que vivem em instituições de longa permanência e os imunossuprimidos (pacientes renais crônicos, pessoas com HIV, câncer e outros grupos equivalentes).

Pergunta que não quer calar: Por que, como fez Jaboatão, Recife não iniciou a aplicação da vacina bivalente esta sexta-feira?

E-mail: terezinhanunescosta@gmail.com

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