Governo se complica na Assembleia e PP volta ao Blocão para garantir presidência de comissões
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Depois de ter articulado um plano cuidadoso para fazer maioria folgada na formação das comissões permanentes da Assembleia Legislativa, o Governo do Estado voltou a enfrentar dificuldades em torno do Blocão formado com partidos governistas e independentes e esta terça-feira à tarde – um dia antes de encerrar o prazo para a formação dos colegiados – era total a incerteza na base da governadora Raquel Lyra sobre o resultado final da disputa.
Na ausência da governadora Raquel Lyra e do secretário da casa civil, Túlio Vilaça, cumprindo agenda em Brasília, os boatos tomaram conta da Alepe e a vice-governadora Priscila Krause chegou a chamar deputados ao Palácio para discutir a situação. O receio era de que o Solidariedade e o União Brasil saíssem do blocão o que tornaria mais difícil a situação da base da governadora. O União Brasil, com deputados pró e contra o Governo, ainda não bateu o martelo mas o Solidariedade resolveu permanecer depois que o PP voltou ao ninho.
O líder do Solidariedade, deputado Fabrizio Ferraz, afirmava que se o PP poderia ficar fora, porque o Solidariedade não podia? Alegava que, mesmo deixando o blocão, os quatro deputados da legenda votariam nas comissões com o presidente indicado pelo Palácio mas o receio era de que houvesse um esfacelamento das legendas se a união não fosse garantida. Também ainda há dúvidas sobre o PL que tem como líder o deputado Nino de Enoque e os deputados Joel da Harpa, Renato Antunes, Abimael Santos e Alberto Feitosa. Feitosa é oposição. Nino e Joel estão fechados com o Governo, Abimael é imprevisível e Renato Antunes tenta um consenso que parece impossível e está em cima do muro.
Ausências notadas
A ausência do presidente da casa, deputado Álvaro Porto, que está no Exterior, era citada pelos deputados como uma perda pois ele tem a capacidade de organizar as comissões e conciliar interesses. Também viajou, desta vez sem avisar, o líder do União Brasil, deputado Romero Albuquerque, passando a liderança a ser exercida pelo deputado Antonio Coelho, irmão do ex-prefeito Miguel Coelho, que esta semana negou-se a fazer aliança com a governadora. Antonio conversou bastante com o deputado Edson Vieira que vota do Governo mas anda insatisfeito, porém, segundo a deputada Socorro Pimentel, que é do mesmo partido e assumiu a liderança do Governo na Alepe, até o final da tarde de ontem o União continuava no blocão.
Sileno e Humberto
Ainda repercute nos meios políticos estaduais a entrevista concedida à TV Nova pelo presidente estadual do PSB, Sileno Guedes, esta segunda-feira. Indagado sobre o que achava da escolha de Miguel Coelho e Marília Arraes para a chapa do Senado do prefeito João Campos, ele fez muitos elogios aos dois. Em seguida diante de outra pergunta sobre Silvio Costa e Humberto Costa, ambos citados como pré-candidatos ao Senado, ele também fez elogios mas retrucou quando lembrado que Humberto teria cadeira cativa porque já é senador. Sileno foi direto “ ninguém tem cadeira cativa. Quem vai definir isso é o conjunto das forças políticas”.
O recado de Miguel
Muita gente achou confusa a fala de Miguel Coelho no instagran explicando o encontro com a governadora Raquel Lyra. A interpretação foi a de que, embora tenha dito que continuava do mesmo lado( o de João) Miguel mandou recados ao prefeito. Disse que em 2026 vai querer a vaga de senador, deixando patente que ninguém conte com ele para acordo que não seja em torno disso. Outra coisa foi dizer que não vai fechar portas deixando em aberto um acordo com Raquel , caso o prefeito não lhe garanta a vaga para o Senado.
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Se nem Humberto, que é senador, pode ter cadeira cativa no palanque para o Senado de João Campos, quem vai poder ter certeza de uma indicação?
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