Governo Raquel sai dos bastidores e ganha os holofotes
-“Se ela executar bem tudo que se propõe a fazer, vai se dar bem”- comentou esta segunda-feira na Assembléia Legislativa um deputado do grupo dos “independentes” ao se referir ao desempenho da governadora que só passa a ser conhecido a partir de agora, já no final dos 11 meses de administração. Na verdade, até o momento, o Governo vinha se mantendo calado – “nem nós que somos Governo sabemos de nada”, comentou um parlamentar governista na semana passada. O certo é que em uma semana o Governo deslanchou: enviou para a Alepe um pacote de 33 projetos que começam a ser analisados esta terça-feira pela Comissão de Legislação e Justiça e esta segunda lançou o “Juntos pela Segurança”.
A morosidade do Executivo estava virando chacota na Alepe. A líder da oposição, deputada Dani Portela, que está grávida, lembrou esta segunda-feira, na tribuna de apartes, que “o Juntos pela Segurança demorou tanto que os colegas ficavam me perguntando o que nasceria antes, se meu filho Jorge ou o plano da governadora. Falta um mês para ele nascer”- concluiu, demonstrando alívio. Já se sabia que Raquel tem um estilo administrativo diferente tendo como exemplo a Prefeitura de Caruaru. Um auxiliar seu disse recentemente ao blog: “ela só começa a executar com o dinheiro garantido. Primeiro ela deu freio na máquina para economizar e pagar dívidas, depois garantiu o empréstimo de R$ 3,4 bilhões, além do aumento da alíquota do ICMs a partir de 2024. Agora sim vai mostrar serviço”.
É preciso, no entanto, muito cuidado para que a máquina acelere no tempo certo. O plano de segurança, por exemplo, foi lançado após o dia 20 de novembro, quando encerra o prazo para o Executivo enviar projetos para a Assembléia. Neste caso, se a governadora já estiver com todos os projetos prontos e enviar mesmo fora do prazo, o presidente Álvaro Porto afirma que fará convocação extraordinária para o recesso. O que não sabe, porém, nem mesmo os deputados governistas, é se os projetos foram feitos à medida em que o plano nascia. Se não foi assim, vão entrar pauta só em fevereiro de 2024. E aí a oposição vai continuar falando em atraso.
O estilo Loyo
O empresário Fred Loyo, muito comedido, vem surpreendendo nas articulações como futuro presidente do PSDB em Pernambuco. Deve ser eleito formalmente esta quarta-feira, quando será feita a convenção que o confirmará no posto – até agora a presidente é a governadora Raquel Lyra- mas em poucos dias ele já tentou apagar dois incêndios. Com a ajuda da governadora convidou o prefeito de Caruaru, Rodrigo Pinheiro, a não deixar o partido (ele conversa com o Republicanos) e teve um encontro de duas horas com o deputado Álvaro Porto que ameaça não filiar ao partido seus prefeitos: “tivemos uma conversa tranquila, eu me dou bem com ele e nos entendemos muito bem na campanha. Vamos continuar conversando”- disse enigmático.
Extinção da faixa assanha deputados policiais
A extinção das faixas salariais da PM, uma reivindicação antiga da tropa, que a governadora se propõe a por em prática de 2024 a 2026, acabou mostrando uma luta ferrenha pelo voto dos policiais na Assembléia. Os deputados mais ativos junto à tropa, Alberto Feitosa(PL) e Joel da Harpa(PP) travaram uma batalha surda na tribuna esta segunda-feira ao se pronunciar sobre o assunto. Os dois disseram que têm projetos já aprovados que garantem a extinção das faixas até junho de 2024. Agora é saber o que dirá a governadora que fez um calendário diferente.
Mendonça no Ginásio Pernambucano
O deputado federal Mendonça Filho levou a Frente Parlamentar em Defesa da Educação da Câmara dos Deputados esta segunda-feira para conhecer o Ginásio Pernambucano onde nasceu a experiência das escolas em tempo integral no estado, quando Jarbas Vasconcelos era governador e ele, Mendonça, era vice. A comissão foi também ao EREM Beberibe. EREM é como são chamadas hoje as escolas em tempo integral do estado.
Humberto na COP28
O senador Humberto Costa vai participar da COP28, em Dubai esta quinta-feira. Ele é presidente da Comissão Mista sobre Mudanças Climáticas do Congresso e vai discutir a repercussão das mudanças climáticas no Brasil: “a gente tem visto os efeitos delas por aqui com com chuvas no Sul e seca na Amazônia. Não podemos esperar. Precisamos de medidas urgentes para enfrentar o problema”- afirma. Ele vai estar presente no discurso que o presidente Lula vai fazer no evento e acha que a COP28 “é uma experiência para o Brasil que vai sediar a cúpula sobre o clima a ser realizada em Belém, em 2025, a COP30.
Pergunta que não quer calar: a Assembléia vai poder analisar ainda este ano os projetos do plano Juntos pela Segurança ou vai ficar para fevereiro?
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