Governo divide para somar e deve conquistar maioria expressiva nas comissões da Alepe

 

Há dois anos, a governadora Raquel Lyra conseguiu, a duras penas, que a sua bancada na Assembléia Legislativa conquistasse a presidência das três principais comissões – Justiça, Finanças e Administração – cujo controle é fundamental para o Palácio do Campo das Princesas. A maioria governamental foi tão pequena que qualquer movimentação da oposição poderia mudar essa correlação de forças, ameaçando a estabilidade esperada. Mas a situação só ficou mais tranquila quando os governistas formaram um blocão com várias legendas, tornando o ambiente nas comissões mais estável.

Na semana passada causou estranheza quando o PP, com bancada de oito deputados, decidiu sair do blocão. A perplexidade foi tal que a direção estadual precisou divulgar uma nota oficial, esclarecendo que estava saindo do grupo mas não da bancada governista. Poucos, porém, acreditaram na informação de deputados progressistas de que a movimentação era do conhecimento do Palácio. Esta terça-feira, porém, a situação ficou mais clara.

Um novo blocão foi formado sob a coordenação do vice-líder do Governo, deputado Joãozinho Tenório,  com a participação de outras legendas, até agora tidas como “independentes” como União Brasil, Solidariedade e a Federação PT/PV/PCdoB, que se unem  ao PSDB – partido da governadora – e PRD. Com esta movimentação e, caso se confirme um bloquinho unindo PP e Republicanos, a bancada governista conquistará, pelo Blocão, 3 vagas nas comissões de Justiça e Finanças que, somadas as prováveis duas vagas do bloquinho PP/Republicanos chegam a 5 vagas das 9 existentes. Há ainda a possibilidade de que, mesmo sem participar do Blocão, o PL se junte aos governistas garantindo 6 vagas à situação. De fora ficará apenas o PSB com três vagas, sem condições de ameaçar a maioria governista.

Administração sob controle

A Comissão de Administração tem apenas 7 membros, o que torna a maioria governistas mais folgada, como já foi há dois anos. Como o PSB tem apenas dois membros desta, a situação fica com os outros cinco. Este blog apurou com alguns deputados que tal engenharia foi formada a partir de entendimentos da bancada governista com o Palácio das Princesas que, desta vez, se antecipou às articulações com receio de “surpresas desagradáveis”. Nesse clima, dá-se como certa a recondução dos atuais presidentes das Comissões de Justiça, deputado Antonio Moraes, do PP; de Finanças, a deputada Débora Almeida, do PSDB; e de Administração Joaquim Lira, da Federação PT/PV/PCdoB.

Socorro estréia prometendo diálogo

A deputada estadual Socorro Pimentel, nova líder do Governo na Assembléia Legislativa, estreou ontem na tribuna colocando-se como “ponte” entre o Executivo e o Legislativo. Prometeu diálogo mas ressaltou sobre a possibilidade de embates em plenário entre o Governo e a Oposição:  “serei firme na defesa do Governo mas não ultrapassarei os limites da ética, do respeito e da responsabilidade”. Antes da estréia ela fez um aparte ao deputado Alberto Feitosa, que falou sobre a violência das torcidas organizadas, sendo aparteado por vários parlamentares, afirmando que o secretário de defesa social comparecerá ao Poder Legislativo para prestar todas as informações necessárias sobre os fatos de sábado.

Hugo Motta e o boné

O novo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, colocou no “X” sua opinião sobre o uso de bonés no plenário por parlamentares petistas e bolsonaristas.  “Para mim – escreveu – boné serve para proteger a cabeça do sol, e não para resolver os problemas do país. O que a gente precisa é ter a cabeça aberta para pensar em como ajudar o Brasil a ir para a frente”. Falou e disse.

O presidente do Republicanos Marcos Pereira está discutindo com a bancada do partido na Câmara a formação de uma Federação do seu partido com o PP. Agora vai?

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