Gilson Machado experimenta primeiro ganho do efeito Bolsonaro em sua campanha

 

Ministro do turismo na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, o pernambucano Gilson Machado ficou conhecido também como “sanfoneiro” por animar, com sua sanfona, as famosas lives do então presidente. Esta exposição o fez protagonizar um feito surpreendente em 2022, sendo o segundo candidato mais votado para o Senado na terra do presidente Lula e num pleito em que a mais votada, a agora senadora Teresa Leitão, era apresentada na televisão como “a senadora de Lula. Fechadas as urnas Teresa teve 46,12% dos votos estaduais e Gilson 29,55%. Já no Recife veio a grande surpresa: Teresa teve 43,70% e Gilson 39,04%. A diferença entre os dois foi de pouco mais de 3%.

Essa performance, que levou o PL a escolher o ex-ministro como candidato a prefeito do Recife, levantou na oposição a esperança de que Gilson ajudasse o grupo a levar a decisão para o segundo turno. Até o momento não há nenhuma evidência de que isso possa acontecer mas a pesquisa feita pela Futura Inteligência para a Revista Exame, divulgada esta segunda-feira, demonstra que a vinda de Bolsonaro ao Recife entre 7 e 10 deste mês, quando o então pré-candidato desfilou ao lado do padrinho em cima de automóvel na capital, levou Gilson a alcançar a casa dois dígitos pela primeira vez em um levantamento. Ele vinha aparecendo com bem menos que 10% e agora foi a 11%. A Futura fez a pesquisa entre 10 e 13 de agosto.

“Não costumo comentar pesquisas” disse ontem um dos coordenadores da campanha do candidato bolsonarista, deputado coronel Alberto Feitosa, que não quis se pronunciar sobre o levantamento, mas este blog apurou que a repercussão foi de contentamento no meio bolsonarista. Passou-se a acreditar que a presença do ex-presidente levou o eleitorado fiel a Bolsonaro a rememorar a campanha de 2022, o que poderia levar Gilson a crescer para um patamar de, no mínimo, 20% até o dia da eleição. “Em 2022 ele surpreendeu e agora deve acontecer a mesma coisa” afirma Feitosa. Já é um alento pois uma pesquisa feita pelo PL este ano, antes da campanha começar, demonstrou que o ex-ministro, apesar de ter tido 39% dos votos recifenses há dois anos, era pouco conhecido na capital, ou seja, as pessoas votaram no candidato de Bolsonaro, não procuraram nem saber quem era de verdade.

Cuidados com guia

No entorno do PL há uma grande mobilização no sentido de apresentar um bom programa eleitoral de Gilson Machado para melhorar seu percentual. Na campanha de 2022, com menos tempo na TV, o candidato bastava mostrar-se próximo a Bolsonaro para ganhar força nas ruas. Afinal a polarização andava solta com Teresa de Lula e Gilson de Bolsonaro e não precisava falar mais nada. Hoje, sabe-se que pelo percentual que tem – 71% na mesma pesquisa – João Campos está sendo votado até por adeptos de Bolsonaro. Será que Gilson trará esses votos de volta? Quem viver, verá.

Emendas PIX controladas

As famosas emendas PIX, criadas pela Câmara Federal e replicadas em Pernambuco, vão passar por maior controle, segundo ficou estabelecido no acordo celebrado ontem entre o STF e o Congresso Nacional que contou com as bênçãos do presidente Lula. Agora elas só serão liberadas se houver identificação antecipada do seu destino e se houver prestação de contas ao TCU. Além disso sua concessão priorizará obras inacabadas. Até o momento elas eram repassadas para os municípios e os prefeitos poderiam destinar os recursos para o que desejassem, inclusive para pagar shows.

Que percentual de votos Gilson Machado pode ter na eleição do Recife?

E-mail: redacao@blogdellas.com.br/terezinhanunescosta@gmail.com

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