Futuro do PSDB é incerto em Pernambuco

O PSDB, partido que ganhou protagonismo em Pernambuco pelas mãos do senador Sérgio Guerra, quando teve uma expressiva bancada na Assembléia Legislativa e dois deputados federais, e que, em 2022, quando ninguém esperava, elegeu a atual governadora Raquel Lyra e o presidente da Assembléia, deputado Álvaro Porto, pode estar com os dias contados no estado. Ou, como acontece com siglas importantes que definham na política, virar uma legenda cartorial. São cada vez mais frequentes as notícias sobre a possibilidade da governadora migrar para um partido da base do presidente Lula – o mais provável hoje seria o PSD mas outros vêm sendo consultados – e nos próximos dias a legenda vai perder o seu mais forte prefeito: Rodrigo Pinheiro, de Caruaru, que foi vice de Raquel.

Sem deputados federais na atual legislatura, devem permanecer no partido os deputados estaduais eleitos com a governadora – o próprio Álvaro Porto, Izaías Regis e Débora Almeida, até porque não podem trocar de legenda sob risco de perderem os mandatos – e não se sabe quantos prefeitos ou vereadores. Em relação à eleição municipal do próximo ano não se tem noticia da movimentação dos tucanos com o objetivo de aumentar a representação partidária. A incerteza aumentou após as especulações sobre a saída de Raquel do partido, não confirmada oficialmente, mas suficiente para desanimar candidatos municipais que desejavam concorrer pela legenda da governadora.

Apesar do mutismo que lhe é peculiar – dificilmente se pronuncia sobre questões políticas – Raquel tem dado claros sinais de insatisfação com o partido do qual é vice-presidente nacional. Não compareceu ao ultimo encontro promovido pelo presidente nacional Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, e tanto no Palácio das Princesas quando na Assembléia Legislativa a voz corrente é que ela deixaria o partido tão logo ficasse claro – como o encaminhamento demonstra – que o deputado federal Aécio Neves vai assumir a presidência. Ficaria mis a vontade já que o compromisso que tem com Leite deixaria de existir.

Bruno e Armando largaram o bastão

Outra liderança forte do tucanato pernambucano, o ex-deputado federal Bruno Araújo, responsável inclusive pelo acolhimento de Raquel quando ela teve negada a legenda do PSB para disputar a Prefeitura de Caruaru, está afastado da política. Bruno, que foi presidente nacional do PSDB até a eleição de Eduardo Leite, e, no momento dedica-se a suas atividades privadas, vem raramente a Pernambuco e acompanha os acontecimentos à distância, pela imprensa tradicional e redes sociais. O ex-ministro Armando Monteiro, outro aliado forte da governadora, desfiliou-se e deve migrar para o Podemos.

Para onde vai Raquel

Não faltam motivos à governadora para querer mudar de partido. O PSDB a nível nacional, também definha e, cada vez mais próxima do Governo Lula, onde recebe tratamento de correligionária, ela sabe que Aécio na presidência vai empurrar o partido para uma oposição ferrenha ao Governo Federal. Por conta disso, se aproximou de Gilberto Kassab, do PSD, legenda da base lulista e para a qual pode migrar, e teria iniciado contatos também com o PDT. No caso de ir para o PDT teria que definir sua situaç ão em Caruaru onde se dá muito bem com o deputado federal Wolney Queiroz mas não se pode dizer o mesmo em relação a José Queiroz, pai de Wolney, e candidato a prefeito.

Lula da Fonte: continuamos na base

Apesar de sete deputados estaduais do PP terem votado pela derrubada dos vetos da governadora Raquel Lyra ao Projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias, o deputado federal Lula da Fonte revelou a este blog que “o PP continua na base do Governo”. Segundo ele, a questão da votação dos vetos, além de pontual, se tratava de um projeto da própria Assembléia, sendo muito difícil convencer os parlamentares a votar contra eles próprios. “No mais – adiantou – o PP votou e continuará votando nos projetos do Executivo”.

Raquel na Mata Norte

A governadora Raquel Lyra vai desenvolver uma extensa agenda na Mata Norte na próxima segunda-feira. Vai inaugurar o Complexo da Polícia Civil, em Goiana, vistoriar as obras da PE-75 que liga Goiana à Paraíba, dar ordem de serviço para estrada de São Vicente, almoçar na residência do deputado Antonio Moraes, em Macaparana, e visitar obras em Aliança.

Pergunta que não quer calar: afinal, em qual partido da base de Lula a governadora Raquel Lyra vai se filiar?

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