Flores do recesso trazem à tona candidatura a presidente de Gusttavo Lima

 

Na política brasileira se chama de “flores do recesso” acontecimentos que ganham manchete quando há um vazio de fatos. Por isso, surgem quando os deputados e senadores vivem seu período de descanso no meio ou no final do ano. São notícias que ganham repercussão mas caem no esquecimento tão logo o Congresso volta a funcionar. A candidatura do cantor e compositor Gusttavo Lima a presidente da República em 2026, um desejo por ele mesmo revelado ao site Metrópoles esta sexta-feira, tem essa conotação. Ganhou o noticiário que vive neste período mais de assuntos internacionais do que nacionais.

Foi assim que surgiram manchetes “candidatura de Gustavo Lima surpreende Bolsonaro”, “Wesley Safadão sinaliza apoio a Gusttavo Lima” e as redes sociais se encheram de memes apontando possíveis vices que viraram piada como Amado Bastista, Deolane Bezerra, a influencer amiga do cantor que chegou a ser presa por envolvimento com bets ilegais e lavagem de dinheiro – Gustavo Lima chegou a ser citado no mesmo processo – e  personagens folclóricos. Poucos levaram a sério a questão, apesar de uma TV a Cabo ter ouvido juristas sobre a possibilidade de Gusttavo Lima poder ou não fazer showmícios em sua campanha.

Impressionante como, ontem mesmo, o União Brasil anunciou que vai lançar na Bahia ainda este mês, a pré-candidatura do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, a presidente da República. Caiado é amicíssimo de Gusttavo Lima e seria impossível imaginar os dois se digladiando como candidatos em uma eleição presidencial. Depois já é enorme a relação de governadores de direita que desejam disputar a presidência na ausência de Jair Bolsonaro. Ontem mesmo, bolsonaristas ferrenhos soltaram na imprensa a informação de que Ratinho Junior, governador do Paraná, vai ser o candidato da família Bolsonaro, tendo Michelle na vice. Tudo isso vai durar até o recesso acabar? Talvez nem isso.

Spray de pimenta

Nem todas as eleições para as Câmaras Municipais da Região Metropolitana foram pacíficas. Em Ipojuca, houve empurrões, tomada de microfones, gritos e dedo em riste. Em Camaragibe rolou até spray de pimenta. Foi feita uma contagem dos vereadores presentes e todos se apresentaram só que, o mais votado, ao invés de ter primeiro feito a eleição de mesa para depois empossar o prefeito eleito, como é de praxe, deixou para fazê-lo no final e alguns vereadores já tinham saído do recinto e nem votaram. Quando descobriram isso tentaram entrar a pulso na Câmara e a PM teve que usar spray de pimenta para restabelecer a ordem.

Crise no PT subiu no telhado

O senador Humberto Costa deve ficar de férias até o dia 15 de janeiro. Enquanto isso, a luta surda dentro do PT de Pernambuco entre as alas que apoiam João Campos e as que preferem a governadora Raquel Lyra, vai continuar em banho maria ou fogo de monturo, queimando por dentro e frio por fora. Enquanto isso cresce nas legenda a convicção de que se continuar atrelado ao PSB o PT nunca vai ser protagonista em Pernambuco.

Tem mais algum cantor bolsonarista disposto a ocupar espaço entre as flores do recesso?

E-mail: redacao@blogdellas.com.br/terezinhanunescosta@gmail.com

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