Fim do mistério: Brasil, China, Rússia e Espanha desautorizados a repatriar cidadãos em Gaza

 

A revelação feita esta segunda-feira de que não só o Brasil mas também Espanha, China e Rússia não estão conseguindo autorização de Israel para repatriar cidadãos que aguardam liberação na faixa de Gaza, demonstra que o Governo brasileiro assim como o chinês, o russo e o espanhol estão virando “persona non grata” aos israelenses após o posicionamento que adotaram em relação ao conflito de Israel com o grupo terrorista Hamas. Analistas internacionais avaliam que Israel encontrou uma forma de mostrar a essas nações seu descontentamento, excluindo-as da relação de países considerados amigos ou neutros, daí a demora em responder aos apelos que tem recebido, sobretudo do Brasil, para autorizar a repatriação.

Também nesta segunda-feira ficou claro que o Brasil está perdendo a paciência com o caso. O Itamaraty afirmou, oficialmente, que não vai mais fixar prazo para a volta dos brasileiros, embora o ministro das Relações Exteriores, Mario Vieira, tenha ouvido do seu colega Eli Cohen, ministro da mesma pasta em Israel, que esperava até esta quarta-feira ter resolvido o problema. Já o assessor para assuntos internacionais do presidente Lula, Celso Amorim, desabafou: “não houve explicação até agora para a não inclusão dos brasileiros. Simplesmente foram dando prioridade a outros países”. Ele considerou “absurda” a demora. Na verdade, Amorim falou sexta-feira com o conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, que é seu amigo, pedindo ajuda e, pelo visto, também não foi ouvido.

Apesar da culpa também estar caindo sobre o Egito, fica cada vez mais claro que é Israel que define quem deve e não deve sair da Gaza e ingressar no solo egipciense para daí seguir viagem para os países de origem. Nem os Estados Unidos estariam querendo se envolver no caso brasileiro porque tem muitos norte-americanos para liberar e a prioridade americana é essa. Além disso é do conhecimento geral que o Brasil, desde abril deste ano, se desgasta com Israel. Primeiro foi o presidente Lula que disse na Espanha nesse período que a ONU teria autorizado o estado de Israel mas não o Palestino. Isso levou o embaixador de Israel em Brasília a reclamar dizendo que a ONU aprovou a instalação dos dois estados e que os países árabes é que foram contrários à criação do estado da Palestina e não Israel. Recentemente, a afirmação do presidente que chamou Israel de “insano”, por conta da guerra com o Hamas e da invasão a Gaza, entornou o caldo. Quem está pagando são as famílias brasileiras que aguardam repatriação.

Palestinos também em discussão

Também entrou no jogo da repatriação a informação de que o Brasil incluiu cerca de 10 palestinos de Gaza na relação dos seus cidadãos que pedem repatriação. Isso teria sido visto pelos israelenses como suspeito, apesar desses palestinos, segundo informações do Itamarati, terem manifestado o desejo de morar no Brasil e tivessem dupla nacionalidade. É algo a se ver e acreditar mas é difícil não dar razão a Israel se estiver tratando com parcimônia ou desconfiança essa inclusão inesperada de árabes no grupo. Se nenhuma celeuma tivesse sido criada pelo Governo brasileiro sobre a guerra contra o Hamas talvez a ação fosse minimizada mas não parece ser este o caso.

Raquel vai a Brasilia sobre Reforma Tributária

A governadora Raquel Lyra estará em Brasília esta terça-feira para acompanhar o início da votação da Reforma Tributária no Senado. A Comissão de Justiça da casa incluiu o assunto na reunião desta manhã. Pernambuco luta para garantir os incentivos fiscais da indústria automotiva por mais alguns anos pois o texto aprovado na Câmara só aprovou incentivos para carros elétricos, beneficiando o estado da Bahia, em detrimento de Pernambuco, que , pelo menos por enquanto, não tem expectativa da produção de carros elétricos por aqui.

A celeuma sobre o ENEM

O Enem voltou a ser acusado de ideologização. A bancada do Agro-negócio na Câmara que, na época do ex-presidente Bolsonaro, andou satisfeita com o teor das provas, ameaçava ontem judicializar o exame aplicado em todo o país, afirmando que algumas perguntas do exame aplicado este final de semana foram prejudiciais à compreensão dos jovens sobre o Agro, que teria sido discriminado nas provas. O Brasil vira e mexe e acaba na polarização política que já deu o tinha que dar.

Pergunta que não quer calar: O Brasil está gostando da companhia da China, Rússia e Espanha na relação dos países contrários a Israel?

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