Esquerda se encolhe e direita toma conta das ruas

 

A esquerda brasileira, que realizou grandes mobilizações de rua nas primeiras campanhas do presidente Lula e na época da redemocratização, não está conseguindo repetir a mesma performance. Já a direita, que reuniu uma multidão em São Paulo e ontem repetiu a façanha no Rio, tomou o lugar dos esquerdistas e anda até debochando. Referindo-se à baixa presença de petistas nos atos pró-Lula, o deputado federal Nikolas Ferreira(PL-MG), disse no Rio porque isso tem acontecido: “temos um presidente que não consegue colocar o povo nas ruas. Hoje o mundo está vendo quem é o verdadeiro líder do nosso país (apontou para Bolsonaro). O presente pode ser deles, mas o futuro é nosso”- completou.

Por que a esquerda abandonou as ruas? Uma das maiores líderes da esquerda pernambucana, a senadora Teresa Leitão afirma que não foi bem isso que aconteceu: “digo que a direita apenas passou a disputar um lugar pelo qual tinha certo desprezo”. Segundo ela, “as mobilizações de 2013 iniciadas pela juventude contra o aumento das passagens de önibus foram apropriadas pela direita. Já com a eleição de Bolsonaro e após sua derrota, a extrema direita viu nas ruas uma alternativa de dar voz às suas pautas geralmente contra as instituições e com ataques à democracia. O fator mobilizador é o messianismo do imediato e de apelos individualistas”.

O certo é que, decididamente, o bolsonarismo, que vive da figura do ex-presidente, tem se alimentado das pautas que cria e deixa a esquerda cada vez mais ausente do palco onde nasceu e se criou. Neste domingo no Rio o fator propulsor maior foi o gás conferido à direita pelo empresário sul-africano Elon Musk, dono do X (ex-twitter). Citado por Bolsonaro, que o chamou de “mito”, por Michelle, Nikolas e o deputado Gustavo Gayer(PL-GO), Musk foi aplaudido com entusiasmo.

Pra inglês ver

Na verdade, o ato do Rio foi mesmo “prá inglês ver”. Além dos elogios feito por todos ao empresário americano, citado por Bolsonaro como “defensor da liberdade de expressão, o deputado federal Gustavo Gayer(PL-GO) fez seu pronunciamento em inglês, justificando que o mundo estava acompanhando o ato e ”Elon Musk está olhando nossa manifestação”.

Tensão antes da manifestação

Gerou tensão no entorno de Bolsonaro, que estava em um hotel na praia de Copacabana, pelo menos duas horas antes de iniciada a manifestação. Temeu-se que as pessoas não comparecessem como se esperava porque terça-feira é feriado no Rio e a Prefeitura e o Governo do Estado decretaram a segunda como ponto facultativo, criando um feriadão. A tensão só passou a partir de 10 horas. “De repente saia gente de tudo quanto era lugar com a camisa amarela. Foi um alívio”- comentou um deles a este blog.

Alexandre perto de perder o TSE

No dia 7 de maio, o ministro Alexandre de Moraes, que tem falado pelo STF e é presidente do TSE – Tribunal Superior Eleitoral- vai perder parte do seu poder. Está marcada para esse dia a eleição do novo presidente do TSE. Tudo indica que a escolhida para substituí-lo será a ministra  Carmem Lúcia, que, no posto, comandará o processo eleitoral deste ano.

Solidariedade vacila em Serra Talhada

O presidente municipal do Solidariedade em Serra Talhada, Waldir Tenório, tem acompanhado a prefeita Márcia Conrado(PT) em eventos, representando a presidente estadual do partido, Marília Arraes. Por conta disso, crescem as especulações sobre a possibilidade do Solidariedade apoiar a reeleição de Márcia. O deputado estadual Luciano Duque, eleito pelo partido, quer enfrentar Márcia e aguarda uma resposta de Marília.

Faixas salariais na pauta da Alepe

A comissão de Segurança da assembleia se reúne esta quarta feira para discutir e votar o projeto das faixas salariais da PM e Bombeiros. Se desejar, o presidente da casa, deputado Álvaro Porto, pode levar a matéria para votação no plenário no mesmo dia à tarde.

A esquerda vai continuar apanhando da direita nas ruas, ou vem reação por aí?

E-mail: redacao@blogdellas.com.br/terezinhanunescosta@gmail.com

Compartilhar