Esquerda ainda sem nome para eleição de Olinda. Marília é balão de ensaio

 

Na eleição do ano passado o presidente Lula teve 58,82% dos votos dos olindenses, no segundo turno, contra 41,18% de Bolsonaro. Lula ganhou com folga mas Bolsonaro surpreendeu. Na verdade, Olinda, que sempre se destacou como cidade majoritariamente esquerdista e que teve o PCdoB dominando por anos a vida política do município, parece não ser mais aquela. Em 2022, por exemplo, o candidato a governador Anderson Ferreira, do PL de Bolsonaro, foi mais votado no primeiro turno tendo 26,61%, Raquel ficou em segundo com 22,52%, Marília teve 17,81%, Danilo 16,79% e Miguel 13,21%. No segundo turno, Raquel foi aos 63,79% e Marília teve 36,2%.

Se somados os votos de Anderson, Raquel e Miguel no primeiro turno, os três tiveram a preferência de 62,34% dos olindenses, enquanto Marília e Danilo, oriundos da esquerda, somaram apenas 34,60%. Por conta disso, enquanto a direita e os liberais começam a trabalhar seus nomes para a sucessão do prefeito Lupércio, a esquerda não mostra ainda preocupação com isso. No último final de semana aliados da ex-deputada federal Marília Arraes começaram um movimento pró-Marília, depois que a Federação PSB/PDT/Solidariedade foi referendada pelo PSB, abrindo espaço para uma possível reintegração. Deputados estaduais das legendas citadas, no entanto, acham difícil essa arrumação.

“Não passa de um balão de ensaio” – disse um. Outro considerou “quase impossível”, alegando as arestas deixadas por Marília na campanha de 2022. Na verdade, não é simplesmente ser de esquerda o que conta na complicada vida política olindense. O ex-prefeito do Recife, João Paulo (PT) que o diga. Em 2020 acreditou nessa quimera e acabou derrotado por Lupércio que teve 63,6% dos votos e elegeu-se no primeiro turno. Oriundo da periferia e evangélico, Lupércio caiu na boca do povo e sonha em eleger o seu sucessor. Diante do quadro é mais fácil que alguém do PCdoB encare a disputa municipal de 2024 do que outro esquerdista, seja de que partido vier.

Marília prefere ficar fora

Enquanto seus partidários tentavam incensar seu nome para a Prefeitura de Olinda, Marília, segundo um amigo seu extremamente ligado à família, não quer falar em disputar eleição no próximo ano. Considera importante dar uma pausa nas disputas majoritárias após as derrotas no Recife, em 2020, e em Pernambuco, em 2022 e deseja aproveitar o momento para curtir suas três filhas, a última nascida na semana passada.

Carnaval acendeu o alerta

Os números de homicídios ocorridos no carnaval e divulgados esta segunda-feira pelo Governo do Estado devem ter acendido o sinal de alerta no Palácio do Campo das Princesas. No carnaval de 2020, o último antes da pandemia, foram assassinadas 36 pessoas no estado. Este ano as mortes chegaram a 60 – um aumento de 66%. É bom lembrar que os assassinatos não aconteceram nos polos de animação e tivemos um carnaval tranquilo para quem foi brincar, mas a criminalidade andou solta longe da folia.

Jarbinhas amplia apoios

O deputado estadual Jarbas Filho, que teve o apoio de vários prefeitos na eleição de 2022, conquistando seu primeiro mandato, continua ampliando suas bases. Neste domingo, dia do seu aniversário, foi recebido pelo prefeito de Machados, Juarez da Banana, durante o evento Machados Folia no qual foi apresentado como novo deputado do município. Na eleição do ano passado ele tinha tido o apoio de uma vereadora do município pois Juarez tinha assumido compromisso com outro candidato. Jarbinhas tem atuado em dobradinha com o senador Fernando Dueire, que assumiu a vaga de Jarbas Vasconcelos, licenciado para tratamento de saúde.

Pergunta que não quer calar: quem a governadora Raquel Lyra, que teve quase 64% dos votos em Olinda, vai apoiar na eleição de prefeito no ano que vem?

E-mail: terezinhanunescosta@gmail.com

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