Entre Raquel e João partidos vão fazer malabarismo em 2024

 

Uma coisa parece clara em relação à eleição de 2024: muitos prefeitos serão reeleitos, a se acreditar na pesquisa recente do Ipec que mostra os administradores municipais melhor avaliados pela populacão do que o Presidente da República, deputados e senadores ( os governadores não foram incluídos na pesquisa). Já nos municípios onde os administradores não se deram bem no primeiro mandato ou, os que encerram o segundo mandato agora, estão com sua base dividida, o mais provável é que vença a oposição.

Com boa performance nas pesquisas de intenção de voto, embora ainda seja cedo para conclusões, o prefeito do Recife, João Campos, vai entrar na disputa com vantagem expressiva sobre os adversários. Essa condição, somada ao traquejo que ele tem demonstrado na área política e na formação de alianças, deu origem a uma situação inusitada: hoje legendas importantes e com grande tempo de TV como União Brasil e MDB – para citar só essas duas que são maiores – n estão com um pé na Prefeitura e outro no Governo do Estado. Assim pode vir a estar o PT que assumiu de soslaio duas secretarias da PCR mas flerta, abertamente, com a governadora Raquel Lyra (vide exemplos recentes).

Para que lado esses partidos vão pender em 2024? Farão o discurso de separação dos pleitos, apoiando João no próximo ano e fazendo juras de amor a Raquel para 2026, ou serão obrigados, pelas circunstâncias que forem criadas, a escolher um dos lados já no próximo ano? João pode levar uma grande vantagem nesse jogo se continuar bem nas pesquisas mas se, por algum motivo, sua aliança balançar ( seria o caso do PT se entender com Raquel) a governadora passa a ser mais convidativa a alianças por ter mais tempo de poder e vir gozando do apoio administrativo declarado do presidente Lula o que já começou a beneficiar seu Governo. Não seria inusitada, num caso desses, a volta da aliança Luquel de 2022.

O botim de cada um

Hoje o MDB é a maior expressão de um partido que se equilibra entre João e Raquel, como ressaltamos ontem nessa coluna. Tem uma secretaria municipal na PCR e o líder do prefeito na Câmara e está com indicações no Governo do Estado como a Junta Comercial. O União Brasil, através do presidente nacional Luciano Bivar, tem uma secretaria na Prefeitura e o Porto do Recife no Governo Raquel. O PT tem duas secretarias municipais mas, a depender de como caminharem os entendimentos com a governadora, pode, de repente, ocupar espaços importantes no estado.

Formaçao de base

Raquel ,que deu de ombros para a política no início de sua gestão, ganhou gosto e vai à luta, segundo comentam deputados de sua base na Assembléia, devendo, nesse segundo semestre, fazer gestos claros e concretos para aumentar seu apoio entre os deputados estaduais pois está com muitos projetos em pauta para apreciação legislativa. Hoje ela tem certo o apoio do PSDB/Cidadania, com três deputados, do PP, com oito e do PL com quatro já que um, Alberto Feitosa, é dissidente.

Raquel Com Nísia

Ontem em Brasília, a governadora esteve com a ministra da saúde Nísia Andrade à qual solicitou apoio para a abertura de novos leitos no estado para reforçar o atendimento em cardiologia e neurologia no interior e de abertura de maternidades e requalificação dos hospitais.Mostrou ainda o interesse de fazer uma transformação digital na área com a universalização do sistema de prontuários eletrônicos.

Pergunta que não quer calar: que partido ou partidos vão conseguir continuar se equilibrando nos palanques de João Campos e Raquel Lyra?

E-mail: terezinhanunescosta@gmail.com

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