Entendimento entre governadora e presidente Álvaro Porto, baixa temperatura na Alepe
O que se prenunciava, pelas conversas reservadas dos deputados, de que a Assembleia poderia passar por turbulências tendo que escolher uma nova mesa diretora após a anulação pelo STF da eleição antecipada no ano passado, não durou 24 horas. Só foi a governadora Raquel Lyra tornar público que se entendeu com o presidente Álvaro Porto e que ele próprio vai cuidar da nova eleição, para as labaredas, que estavam altas, descerem ao rés do chão. Não só ficou claro que, passando por Álvaro, a tendência seria manter tudo como está, com a mesa sendo reconduzida com os mesmos nomes e cargos negociados em novembro de 2023, como não se ouviu da bancada governista a disposição mostrada no dia anterior de ir para o confronto em busca da 1.a secretaria.
Ontem um experiente deputado da casa revelou, em off, que ainda podem acontecer problemas mesmo após o 1.o secretário Gustavo Gouveia – o nome mais passível de ser substituído – ter ligado para quase todos os colegas e marcado para conversar com um a um. “Ele já conversou duas vezes, quando entrou e quando foi reeleito, e ficou tudo do mesmo jeito” – comentou outro parlamentar. As críticas ao primeiro secretário vão desde a ausência dele na casa até uma obra projetada para o buraco frio que não tem prazo para acabar, impedindo que os deputados se reúnam para tomar um café , almoçar, ou mesmo para aguardar o início das sessões plenárias. Reclama-se até da falta de reposição de papel higiênico nos banheiros.
O primeiro secretário é uma espécie de prefeito da Assembleia devendo cuidar desde o lixo à reposição de lâmpadas, obras e outros serviços. Mas como Gustavo tem sido muito fiel à governadora, se o Palácio der qualquer sinal de que gostaria que ele ficasse, é muito provável que isso aconteça. Só o PP tem um grupo coeso para enfrentá-lo mas, mesmo assim, sem os votos suficientes, tendo que se compor com outros partidos. O PSB começou a debater a possibilidade de apresentar o deputado Diogo Moraes mas aí viraria um jogo do Governo com a Oposição, favorecendo o Governo. Daqui pra frente muita conversa vai ser jogada fora até que Álvaro volte de São Paulo e comece a negociar. Agora com credenciais dadas pela própria Raquel.
Eleição tem jogo afunilado em várias cidades
Além de São Paulo, onde o prefeito Ricardo Nunes é favorito e em Belo Horizonte, Porto Alegre e João Pessoa, onde o pleito caminha para o favorecimento dos prefeitos candidatos á reeleição, nas demais capitais é cada vez mais incerto o resultado da eleição do próximo domingo. Nos últimos dias a disputa se acirrou de tal forma que está difícil dizer quem vai ganhar. Aqui no estado Paulista deve eleger Ramos, o candidato do PSDB, mas em Olinda o quadro é incerto a não ser que as muitas pesquisas que vão ser divulgadas de hoje para sábado mostrem o contrário.
Mirella e Vinícius e seus sujeitos ocultos
No debate do Sistema Jornal do Commércio desta quarta-feira, entre Mirella e Vinicius, conduzido pela jornalista Natália Ribeiro, os dois candidatos a prefeito de Olinda falaram mais dos sujeitos ocultos que buscam esconder – Lupércio e Renildo – do que deles próprios. Numa semana em que os eleitores não ligam mais para apoiadores e sim para os nomes e fotos que aparecerão nas urnas, Mirella e Vinicius ficaram acusando um ao outro de estarem representando seus padrinhos e não eles próprios. Foi mal.
Raquel vai mesmo virar o jogo político com a profusão de obras e serviços que vem anunciando?
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