Eleitores preferem Tarcísio a Michelle, caso Bolsonaro não possa se candidatar em 2026

Apesar do protagonismo feminino cada vez maior na política brasileira, quando indagados sobre quem deveria substituir o ex-presidente Jair Bolsonaro em 2026, caso ele não possa se candidatar, os eleitores brasileiros, ouvidos pela Genial Quaest responderam que o atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, deveria ser o escolhido. Mas, em segundo lugar, apontam como sucessora a primeira-dama Michelle Bolsonaro. A pesquisa foi realizada de 13 a 16 de abril e ouviu 2.015 pessoas de acordo com sexo, nível de renda, idade e região onde reside. A margem de erro é de 2,2 pontos para mais ou para menos.

Divulgada este sábado a amostragem aponta como terceiro preferido o governador de Minas, Romeu Zema e em quarto mas, bem distante dos demais, o senador Flávio Bolsonaro. Chama atenção no levantamento o fato de cerca de 50% dos eleitores – talvez os que votaram em Lula no segundo turno, pois a pesquisa foi aplicada no eleitorado total – declararem que ele não deve apoiar ninguém (25%) ou afirmarem que não saber a resposta ou não desejarem responder (23%). Para 21% dos eleitores, caso não possa ser candidato, Bolsonaro deve apoiar como seu substituto o governador Tarcísio de Freitas, 16% preferem Michelle Bolsonaro, 10% Romeu Zema e só 5% Flávio Bolsonaro. Outros não passaram de 1%.

Feita no momento em que o ex-presidente começa a ter sua culpa nos atos de 8 de janeiro ou na articulação de um golpe de estado analisada pela justiça, a pesquisa da Quaest ganha maior importância. E, neste caso, demonstra que o governador Tarcísio de Freitas começa a ganhar a preferência da centro-direita e da direita radical para representar o grupo com a ausência do seu maior líder. Também nesse aspecto, o eleitorado pode estar mandando um recado de que entre Michelle, sem experiência administrativa, e Tarcísio, se destacando como bom administrador, é melhor apostar mesmo na experiência para conduzir o barco, o que Michelle, mesmo sendo a companheira de Bolsonaro e ter ganho muito espaço no eleitorado, não tem.

Sudeste empurra Tarcísio

É no Sudeste onde o governador paulista mais ganha adeptos. Na região, ele conta com 26% das preferências enquanto Romeu Zema vai para 15% , assumindo o segundo lugar e Michelle tem 11%. Michelle ganha no Sul com 22%, Tarcísio tem 18% e Zema apenas 5%. No centro-Oeste e no Nordeste Tarcísio e Michelle empatam na margem de erro, com Michelle na frente no Centro-Oeste e Tarcísio no Nordeste. Entre os eleitores com ensino fundamental Tarcisio tem 16% e Michelle 12%. No nível médio ele tem 16% e ela 12% e no superior Tarcísio vai pra 29% e Michelle para 14%.


Janja se sairia melhor?

Falando em primeiras-damas a pesquisa deixa uma pergunta: será que Janja, que vem ganhando destaque ao lado do presidente Lula, estaria na frente dos diversos políticos, governadores, ex-governadores ou senadores do PT em uma pesquisa semelhante? E Geraldo Alckmin? Bem mas, no momento, o que se discute é a substituição de Bolsonaro, que corre o risco de ficar inelegível, e não do presidente Lula.

Bolsonaro e Michelle no parlamento?

Talvez por isso, o próprio Bolsonaro e a primeira-dama ou o partido dos dois, o PL, começam a ventilar a possibilidade de o ex-presidente e Michelle virem a disputar em 2026 não a presidência mas uma vaga no Senado ou, quem sabe, no caso de Michelle, na Câmara Federal. As hipóteses estão na mesa mas o ex-presidente em encontro esta semana com deputados do PL levantou a hipótese do Senado. Só o tempo dirá o que vai acontecer. Lideranças de Direita já imaginam, contudo, que Bolsonaro será importante na eleição se for candidato ou apenas apoiador de um nome que ganhe a preferência da centro-direita e da direita radical.

Empréstimo em pauta

O empréstimo de R$ 3,4 bilhões que a governadora Raquel Lyra quer encaminhar para tocar projetos importantes de sua administração, como a questão das estradas, vai entrar em pauta da Assembléia esta semana. O clima é de aprovação, sem resistência. Quando esteve na casa na semana passada para apresentar o projeto, Raquel ouviu de um deputado da bancada independente :“governadora, achávamos que a Sra fosse pedir mais de empréstimo pois o estado está necessitando”. Ela explicou que, no momento, as finanças estaduais só permitem chegar a esse valor.

Se correr o bicho pega…

A governadora deve estar com dificuldade de contentar a todos no seu relacionamento com o Poder Legislativo. Se ela não vai à Alepe é criticada por isso. Na semana passada, como foi, teve deputado, nos bastidores, falando que governador ir na casa levar um projeto seria sinal de fraqueza. Prova de que não tem maioria e é necessário fazer gestos. Na verdade, diga-se de passagem que Raquel foi o primeiro chefe de executivo de Pernambuco a enfrentar um poder legislativo tão independente quanto o atual.

Pergunta que não quer calar: será apenas “fogo de monturo” o protagonismo das primeiras-damas frente aos líderes políticos – homens ou mulheres – de maior envergadura?

E-mail terezinhanunescosta@gmail.com

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