Distância do PT melhorou situação para João Campos, no Recife e Eduardo Paes, no Rio

 

Quando os prefeitos do Rio, Eduardo Paes, e do Recife, João Campos, foram ao presidente Lula negociar uma composição política para a eleição deste ano, afastando o PT da vice, o posicionamento dos dois irritou profundamente os petistas e pode trazer sequelas, sobretudo na formação do palanque de 2026, mas, às vésperas do primeiro turno das eleições, analistas políticos começam a concluir que a estratégia dos dois foi correta para o momento. Se João Campos poderia, mesmo com vice do PT, ganhar a eleição, embora com números bem menores de intenção de voto( hoje teria mais de 70%), o mesmo não se pode dizer de Paes que nas últimas pesquisas apareceu com 54% das intenções de voto e pode atravessar dificuldades para vencer na primeira etapa do pleito, este domingo.

É preciso ressaltar que se tanto no Recife, quanto no Rio, tivessem ocorrido mais debates, como aconteceu em São Paulo, o resultado poderia ser outro, mas Recife só teve dois debates na semana anterior à eleição e o Rio só teve um, o da Globo. A estratégia de Paes e Campos para afastar o PT do palanque – João acabou afastando Lula também – teve o objetivo de conservar votos da direita com os quais contavam para se eleger, sabedores de que os esquerdistas que iriam sobrar nessa disputa, o PSOL e outros partidos menores, não iriam conseguir tirar, de forma substancial, o apoio dos militantes petistas, ambos jogaram abertamente esse jogo de morde e assopra. Não prestigiaram o PT mas também não perderam votos.

As urnas ainda não foram abertas mas é difícil imaginar que os bolsonaristas, mesmo com candidatos próprios no Rio e no Recife, vão conseguir evitar a vitória dos dois prefeitos, trazendo de volta os direitistas já comprometidos com eles. Da mesma forma que Dani Portela, no Recife, e Tarcísio Motta, no Rio, os candidatos do PSOL nas duas cidades, não devem ir muito longe na busca por convencer os petistas a abandonarem João Campos e Paes, sabendo que o acordo com eles foi feito por Lula e não pelas executivas estaduais do partido. Na hora em que não lançou candidatos no Rio e no Recife, o PT não poderia esperar outro resultado senão esse.

Espaço de mais e de menos

A candidata prefeita Dani Portela, do PSOL, que quase não teve tempo de guia eleitoral – exíguos 30 segundos – reclamou bastante disso e,  obrigada a resumir demais suas falas para não estourar os 30 segundos, terminou por se atrapalhar com o “longo tempo” que precisou administrar no debate da Globo. Por duas vezes terminou de falar quando ainda havia espaço disponível e acabou, pela ampliação do mesmo, se envolvendo em questões estaduais e federais, criticando a governadora Raquel Lyra, o ex-presidente Jair Bolsonaro e até Michel Temer. Pessoas de centro que estavam gostando do seu desempenho decidiram se afastar após o debate.

Marçal assusta a esquerda e a direita em São Paulo

Com a eleição totalmente indefinida, São Paulo experimenta na véspera do pleito um verdadeiro pânico na esquerda e na direita diante da ameaça do franco atirador Pablo Marçal(PRTB). Os assessores do prefeito Ricardo Nunes (MDB) temem que ele tire a vaga de segundo turno de Nunes. Já os assessores de Guilherme Boulos(PSOL) perdem o sono diante da perspectiva de que Marçal tire o próprio Boulos da disputa. O presidente Lula ficou de ir a São Paulo este sábado fazer um giro com Boulos mas para contentar o candidato do que por acreditar que esta visita no fim do segundo tempo vai resultado em alguma mudança nas intenções de voto.

qual o rumo que Olinda vai tomar na política após a eleição deste domingo, de quadro totalmente indefinido?

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