Desconforto provocado pelo PCdoB é sentido na convenção de Vinícius, em Olinda

 

Ainda não sararam as feridas do relacionamento entre o PT e o PCdoB depois que os comunistas permitiram que o prefeito João Campos filiasse um secretário ao PCdoB,  partido que faz parte da Federação Brasil da Esperança que congrega petistas, comunistas e verdes (PV), sabendo que o PT tinha pré-candidato. Também não caiu bem a polêmica criada pelo PCdoB – o que levou o PT a receber cobranças nas redes sociais – ao indicar o empresário bolsonarista Celso Muniz para vice do candidato ao PT a prefeito de Olinda, Vinícius Castello.

O clima entre as duas legendas não foi dos melhores na Convenção que oficializou a chapa Vinícius prefeito e Celso vice este sábado em Olinda. Os senadores Teresa Leitão e Humberto Costa se postaram no evento do lado esquerdo de Vinícius e a ministra Luciana Santos e o deputado federal Renildo Calheiros do lado direito. Se a senadora Teresa Leitão deu alguns sorrisos respondendo a militantes petistas que acenavam para ela durante o evento – Teresa é natural de Olinda e tem domicílio eleitoral na cidade – Humberto e Luciana mantiveram o semblante fechado quase todo o tempo. A plateia, constituída quase toda de petistas, aplaudiu Vinícius, Humberto, Teresa e Luciana mas ficou em silêncio quando se anunciaram os nomes de Renildo, tido como responsável pela indicação do vice ao qual tratou como “meu amigo,” e do próprio Celso Muniz.

Embora os maiores oradores tenham evitado tocar no assunto da escolha de Celso, o candidato Vinícius Castello dedicou parte de sua fala a explicar a indicação do empresário. Mesmo procurando ressaltar que “o cerne da discussão é nossa história de vida e o conjunto de forças políticas que foi construído em torno de nossa candidatura”, o candidato minimizou indiretamente o bolsonarismo de Celso (ele apoiou Bolsonaro e seu candidato a governador Anderson Ferreira em 2022) dizendo que ele foi filiado ao PT, integrou o PSB e em 2020 foi candidato a prefeito de Olinda pelo MDB. Explicou ainda ser “importante o entendimento entre empresários e a classe trabalhadora pelo bem de Olinda”. Celso Muniz falou na superação das divergências: “quando a gente tem diferenças senta para conversar e a gente constrói soluções para melhorar a cidade. Isso é democracia”.

O nome de Lula

No momento de falar na convenção os maiores líderes deixaram de lado a saia justa criada na semana passada em torno do vice. A senadora Teresa Leitão disse sobre a candidatura de Vinícius que “o presidente Lula precisa desse palanque” e o senador Humberto Costa completou afirmando que “quem consegue construir uma unidade como essa – referia-se ao palanque do petista – tem capacidade para construir uma vitória”. A ministra Luciana Santos tentou animar a militância presente, ressaltando : “todas as vezes que a esquerda se uniu em Olinda nós ganhamos as eleições e agora não vai ser diferente”.

Alepe adia votação

Embora tenha sido convocada extraordinariamente pela governadora Raquel Lyra para analisar e votar os projetos por ela enviados antes de iniciado o recesso parlamentar, a Assembléia conseguiu adiar a votação para o período regular de funcionamento da casa em agosto. Dia 26 – sexta-feira – encerrou-se o prazo de 10 dias para apresentação de emendas às comissões. Em função disso, no começo desta semana os projetos poderiam começar a ser analisados nas comissões mas, até ontem,  os deputados não haviam sido convocados para tal. A não ser que haja mudança de planos, o assunto só volta a ser analisado na segunda, dia 5 de agosto. O recesso termina dia 1.o mas como cai numa quinta-feira dá-se como certo que as reuniões só serão iniciadas na segunda.

 

Para onde vai o PDT na eleição do Recife? As convenções serão encerradas dia 5 mas o partido ainda não disse em que palanque vai estar.

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