Deputado do interior, Joaquim Lira é o nome que mais cresce na Alepe para vaga do TCE

 

– “Sou igual a lâmpada de geladeira. Está gelada, mas continua acesa”. É assim que costuma se definir o deputado estadual Joaquim Lira, 39 anos, natural de Vitória de Santo Antão e presidente da Comissão de Administração da Assembléia Legislativa, a terceira mais importante da casa. Advogado, pouco afeito a discursos empolgantes no plenário, evita entrar em polêmica e anda tão macio que nem sempre sua chegada é notada até que se manifesta. É mais de conversas ao pé do ouvido e desde 2015, quando conquistou seu primeiro mandato, nunca fez inimizades da casa. Ano passado, mesmo sendo de base conservadora, foi aceito como candidato na Federação composta pelo PT/PCdoB e PV, pela qual disputou a eleição. Filiado ao PV, Joaquim está sendo apontado, como falaram ontem dez parlamentares de partidos diversos ouvidos pelo blogdellas como o nome que mais cresce na preferência da casa para ocupar a vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado através de votação secreta.

Para chegar a isso, ele vem se preparando, como falou a um deputado, há oito anos. “Enxerguei já naquela época que teria essa vaga pela frente e comecei a me planejar”- contou ao mesmo colega. Seu preparo chegou ao ponto que, na eleição de 2022, só disputou votos em municípios – com exceção de Vitória, sua base política – em que nenhum colega deputado estivesse do outro lado da mesa. Hoje, na Assembléia, da esquerda à direita, não há um só parlamentar que fale mal dele. “Nesse ponto é uma unanimidade”- afirmou um dos deputados ouvidos por este blog, acrescentando, sobre a eleição para escolha do novo conselheiro: “se for para votar no menos rejeitado ele ganha de letra”.

No momento, seis candidatos disputam o voto, e deles quatro são deputados de mandato, um é deputado federal e um ex-deputado estadual. Joaquim prometeu que só começaria a falar com os deputados se tivesse apoio da federação a que pertence. Diz que “não podia ir em busca dos demais colegas se na minha casa, que é a federação, eu não tivesse respaldo. E não deu outra: a federação, que tem ao todo sete deputados, fechou com ele e o autorizou a divulgar isso. Hoje ele faz segredo de quantos votos já conseguiu: “tenho o suficiente na minha meta”. Também fechou um acordo com os deputados Débora Almeida e Kaio Maniçoba, também candidatos, através do qual o que estiver mais forte nas vésperas do pleito recebe o apoio dos outros dois, juntando forças. Não à-toa ontem, enquanto Débora estava em Manaus participando de encontro de mulheres deputadas e Kaio tinha ido a um compromisso no interior, ele só saiu da Alepe quando o expediente foi encerrado. E continuava conversando.

Até os Aglaison podem votar em Joaquim

Os ventos estão mesmo soprando a favor de Joaquim Lira. Anteontem, em visita à Alepe, o ex-deputado e ex-prefeito de Vitória, Aglaison Filho, afirmou a este blog que seu filho Aglailson Victor, atual deputado estadual e que disputou o mandato em Vitória como adversário de Lira, no ano passado, pode agora votar nele para conselheiro. “dependendo de quem for o outro candidato não tenha dúvida de que Victor não terá problema de votar em Joaquim”- concluiu, causando surpresa.


Deputados preencherão duas vagas

A Assembléia vai votar para o preenchimento de duas vagas com as aposentadorias dos conselheiros Teresa Duere e Carlos Porto. No momento, só se discute na casa a votação para uma das vagas. A primeira já se considera garantida, pela preferência dos parlamentares, para o advogado Eduardo Porto.

Álvaro promulga leis aprovadas pela Alepe


O presidente da Assembleia, Álvaro Porto, promulgou esta quarta-feira os projetos de lei aprovados pela Alepe referente ao reajuste de funcionários da Assembleia, TJ, TCE e MP. Coube à governadora Raquel Lyra sancionar outro projeto aprovado pela casa que permite ao executivo fazer remanejamento de verbas do Orçamento de 2023.

Lula vai enfrentar Keko

O deputado estadual Lula Cabral bateu o martelo e decidiu ser candidato a prefeito do Cabo, enfrentando o atual prefeito, Keko do Armazem, candidato à reeleição. Ele tinha pensado em convencer a filha Fabíola, ex-deputada estadual, a ser candidata do seu grupo político mas ela casou, está grávida e foi morar em Belém, no Pará, onde seu marido reside. Keko, que está bem avaliado, foi vice de Lula e os dois romperam na eleição de 2020. Agora vai chegar a hora do tira-teima.

PCE de Duque beneficia municípios

O deputado estadual Luciano Duque apresentou uma PEC na Assembléia que autoriza a transferência voluntária de recursos aos municípios, ainda que eles estejam inadimplentes. Mas há um limite. Pela PEC a adimplência do município será averiguada quando da celebração do convênio. Se durante a vigência do mesmo, o município ficar inadimplente, mesmo assim, as parcelas restantes seriam liberadas para conclusão da obra beneficiada. Ele explica que muitos municípios têm obras paralisadas por questões burocráticas ou formais que paralisam os convênios, causando enormes prejuízos à população beneficiada.

Pergunta que não quer calar: quem vai, afinal, conseguir fazer a interface entre o Executivo e o Legislativo do estado que não estão se entendendo?

E-mail: terezinhanunescosta@gmail.com

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