Depois de ter anunciado que iria fechar, Colégio Americano Batista vai voltar a funcionar

 

No mês de fevereiro do ano passado causou impacto no Recife o anúncio de que o Colégio Americano Batista da Capunga, fundado em 1906, iria fechar as portas após a Justiça ter colocado o terreno onde funciona em hasta pública (leilão) para pagamento de dívidas trabalhistas e outras de várias naturezas. Ocupando um terreno de 35 mil metros quadrados, a área tinha sido avaliada em R$ 103 milhões em junho de 2022 e foi estabelecido que o lance mínimo do leilão seria de R$ 51 milhões. A informação era de que um grupo privado interessado em construir no local um complexo empresarial e um shopping com 75 operações de varejo, praça de alimentação e 4 cinemas iria arrematar o terreno.

Interessada em conseguir áreas para construção de um centro educacional de ponta, a governadora Raquel Lyra desapropriou o imóvel em 3 de fevereiro de 2023 – um mês depois da sua posse – através da assinatura do decreto 54.429. Declarou na época que o terreno passaria a ser “ um patrimônio de Pernambuco a serviço da educação pública”. Embora ainda dependesse de uma avaliação mais acurada a ser realizada pela Procuradoria Geral do Estado ficou acertado o preço de R$ 80 milhões. O estado já pagou R$ 16 milhões deste total, sendo R$ 14.536 mil diretamente repassados à Justiça do Trabalho para fazer jus a dívidas trabalhistas.

Agora a Congregação Batista da Capunga iniciou a recuperação do prédio antigo da instituição, que tem frente para a Agamenon Magalhães, e, segundo informação obtida por este blog através de um pastor que faz parte da direção do antigo colégio, ainda neste semestre as aulas vão ser retomadas e o nome do educandário será mantido. O secretário da Casa Civil do Estado, Túlio Vilaça, esclareceu que o terreno desapropriado pelo estado continuará intacto até o início das obras do Centro Educacional Público “o que os Batistas vão utilizar – disse – é a área vizinha à Igreja mas que tem em torno de 4 mil metros quadrados apenas, portanto se eles vão reabrir a instituição e têm todo o direito, é no local que, desde o início, ficou acertado que continuaria com eles”.

Bem maior

Na verdade, além de uma área grande não utilizada, o Americano Batista tradicional tinha 5 blocos escolares de 2 pavimentos. Funcionava no local até um seminário Batista. O início da recuperação dos grandes arcos, já iniciada com vista para a Agamenon, é uma boa notícia para o Recife pois não se sabia se eles seriam mantidos. Na época da desapropriação já se iniciava um movimento contrário à construção de um shopping no local. Agora se sabe que, embora menor, o Americano Batista permanecerá e, na área desapropriada, aguarda-se a construção do centro educacional prometido pela governadora.

Alepe reabre esta quinta e já terá projetos

A governadora Raquel Lyra vai enviar projetos para a Assembléia no início do período legislativo, após o recesso parlamentar que termina esta quinta-feira, dia 1.o de fevereiro. O secretário Túlio Vilaça afirmou que projetos estão sendo concluídos para envio ao Poder Legislativo mas não adiantou de que matérias tratarão. Na verdade, a Alepe tem sessão de abertura na quinta mas só reúne comissões na semana que vem e, mesmo assim, vai ter expediente somente três dias pois a partir de quinta-feira, dia 8, o carnaval já estará nas ruas.

Celeuma no início dos trabalhos

Mas o grande debate de início de ano na Assembléia vai ser diferente e versará sobre duas contestações feitas ao STF sobre decisões tomadas pelos deputados estaduais no ano passado. O Tribunal de Contas, através do órgão máximo de representação dos TCEs no país, está contestando decisão dos deputados de alterar o percentual de gastos com pessoal do TCE, sob alegação de que ele não pode ser maior do que o da Alepe. Já a governadora Raquel Lyra, da mesma forma, está contestando judicialmente emendas feitas pelos deputados à LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias – alegando que são inconstitucionais. Elas obrigam o Poder Executivo a pagar emendas parlamentares até o mês de junho deste ano e acrescentam R$ 1 bi ao Orçamento de 2024 já determinando o que vai caber a cada poder.

A queda de braço entre o Executivo e o Legislativo, que foi a tônica de 2023, vai continuar este ano?

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