Dani Portela quer disputar a Prefeitura do Recife pela mesma Federação de Túlio Gadelha

 

A deputada estadual Dani Portela, do PSOL, que vem ganhando destaque na Assembléia Legislativa como líder da oposição, informou a este blog que começou a discutir dentro do seu partido sua intenção de disputar o mandato de prefeita do Recife na eleição de 2024. Destaque na eleição de 2020, quando se elegeu vereadora da capital com 14 mil votos, sendo a mais votada do município, ela voltou a se sobressair em 2022, ao conseguir o mandato de deputada estadual com um total de 38.215 votos, sendo 21.463 no Recife.

Representante de comunidades carentes da capital, Dani se orgulha de ser reconhecida como “mulher negra” e entende que o momento é de seu partido e a Federação Rede/PSOL apresentarem uma nova opção para a população recifense. Cabelos encaracolados, permanentemente enfeitados com uma rosa cuja cor muda conforme a necessidade, ela é a mais simpática e conciliadora representante do PSOL a ter assento na Alepe. Não foge dos seus princípios, sempre para uma linha mais radical de esquerda, mas conseguiu ser líder da oposição na casa, representando figuras carimbadas do socialismo com os deputados Waldemar Borges e Sileno Guedes. Não se furta a negociar e ceder no que considerar necessário, como aconteceu no projeto aprovado esta quarta-feira que autorizou a governadora Raquel a contrair empréstimo de R$ 3,4 bilhões.

O obstáculo que ela precisa enfrentar, e diz ter consciência disso, é a possibilidade do deputado federal Túlio Gadelha, da Rede, e, portanto, da mesma Federação a que ela pertence, também pretender o mesmo, como já se comenta nos bastidores políticos. “Por enquanto estou trabalhando e discutindo o assunto dentro do meu partido. Depois é que o PSOL, se entender assim, apresentará o meu nome à Federação.” Os dois guardam algumas diferenças entre si: ela apoiou Marília Arraes no segundo turno da eleição do ano passado enquanto Túlio ficou com a governadora eleita Raquel Lyra.

Vaga do TCE em 15 dias

O presidente da Assembléia, deputado Álvaro Porto, revelou a este blog que só dentro de 15 dias os deputados estaduais devem se reunir para, através do voto secreto, escolher o substituto do conselheiro Carlos Porto, do TCE, aposentado ontem. Explica que antes a casa precisa receber, oficialmente, o comunicado do Tribunal, registrando a vacância do cargo, publicar um edital abrindo inscrição por cinco dias úteis para quem desejar concorrer e, em seguida, promover o escrutínio.

Porto agiu com habilidade no processo

O conselheiro Carlos Porto tinha um compromisso com a deputada Teresa Duere para que, juntos, se aposentassem do TCE no mesmo dia, permitindo que a escolha dos dois novos conselheiros fosse conjunta já que as duas vagas são da Alepe. Mas, alegando que o prazo estava ficando longo, definiu-se pela saída solo. Antes, no feriadão de final de semana, o advogado Eduardo Porto, seu filho, ligou para os deputados estaduais, comunicando que Carlos estava saindo. Eduardo é o mais cotado para substituir Carlos. Além de ter ido a cada gabinete da Alepe conversar com os deputados, uma rede de amigos e advogados se formou ao seu redor, buscando convencer cada parlamentar a votar nele. É hoje quase uma unanimidade.

João Paulo desistiu?

O deputado estadual João Paulo Silva, do PT, que chegou a ensaiar a possibilidade de se candidatar a prefeito do Recife no próximo ano, vem perdendo o elã. Tem revelado a amigos que a tendência do seu partido, ao que tudo indica, é apoiar a reeleição do atual prefeito João Campos (PSB), repetindo a aliança nacional entre as duas legendas, consagrada com a formação da chapa Lula/Alckmin. Nos meios políticos o que se comenta é que o PT apoia João em 2024 mas deixa em aberto a eleição de 2026, quando o senador Humberto Costa pretende ser candidato a governador.

Zé Gotinha pegou Bolsonaro?

Embora ainda seja cedo para conclusões, o ex-presidente Jair Bolsonaro pode se dar muito mal com esta história da vacina. O maior problema para um político é o povo entender em detalhes algo negativo que ele fez e foi descoberto. Hoje até citar corrupção, joias trazidas em bagagem, falar em milhões ou até bilhões de corrupção, parece ser menos danoso parao homem comum do que a falsificação de um atestado de vacina. Em toda esquina esse é um assunto que qualquer brasileiro entende e sabe discutir, pois faz parte do seu dia-a-dia. Os demais, muitas vezes, só interessam aos entendidos e formadores de opinião. Por isso, na Internet crescem postagens falando que Bolsonaro foi pego pelo “zé gotinha”.

Pergunta que não quer calar: Bolsonaro tinha ou não conhecimento da falsificação do seu atestado de vacina?

E-mail: terezinhanunescosta@gmail.com

Compartilhar