Confirmação do voto secreto para o TCE tende a afunilar processo na Assembléia

A Assembléia Legislativa confirmou ontem, em segunda votação, a instituição do voto secreto para escolha dos dois novos conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE) que pertencem à cota da casa. Com isso, o processo de escolha, que já vinha se afunilando à medida em que se aproxima o dia em que os conselheiros Teresa Duere e Carlos Porto vão solicitar aposentadoria, tende a se aprofundar ainda mais.

Só dois pré-candidatos ao posto, os deputados estaduais Rodrigo Novaes (PSB) e Joaquim Lira (PV) estavam, abertamente, abordando os colegas esta terça-feira pedindo apoio. Os demais , os deputados Débora Almeida (PSDB) e Kaio Maniçoba (PP), se portaram discretamente e em rodas de conversa. O ex-deputado estadual Tony Gel marcou presença mas apenas no almoço e na comissão de justiça, onde se aprovou o empréstimo solicitado pela governadora Raquel Lyra. Já o deputado federal Guilherme Uchoa Junior (PSB) não esteve na Alepe pois viajou a Brasília.

O voto secreto prejudica a influência da governadora sobre o processo e sua preferida, a deputada Débora Almeida. Procuradora Federal, a deputada vem sendo cortejada porque tanto Raquel quanto a conselheira Teresa Duere têm defendido que o TCE tenha entre seus sete conselheiros pelo menos uma mulher. Como Teresa é a única mulher hoje no pleno entendem que seria um retrocesso a ausência feminina.

Voto aberto favoreceria Débora

Apesar do preparo para o cargo, Débora, segundo alguns deputados, se fortaleceria muito caso o voto fosse aberto mas o escrutínio secreto torna o resultado do pleito imprevisível, sobretudo porque a governadora ainda não tem uma base sólida na casa. Nos últimos dias outro componente começou a pesar no processo: se Joaquim Lira vencer a votação o PT ganha mais um deputado na casa, o petrolinense Odaci Amorim. Se for Rodrigo, a vaga será do suplente do PSB, Diogo Moraes. Neste ponto a esquerda se encontra dividida. Joaquim, apesar de filiado ao PV, faz parte da Federaçao PT/PCdoB/PV que já lhe garantiu o apoio e os sete votos que tem. Rodrigo teria hoje entre 9 a 10 votos do PSB e o apoio do presidente da Alepe Álvaro Porto e do primeiro-secretário Gustavo Gouveia. No caso da vaga ser de Kaio Maniçoba, que tem garantidos 8 votos do seu partido, ele daria lugar à ex-deputada Roberta Arraes (PP) e Débora teria como substituta a suplente Lucinha Mota, hoje secretária estadual. O substituto de Guilherme Junior é Gonzaga Patriota.

Antonio Moraes é destaque em aprovação de projeto

– “Até que enfim saiu a fumaça branca”- comentou, bem humorado, o presidente da Comissão de Justiça da Alepe, deputado Antonio Moraes, aos colegas da comissão ao chegar à sala de reuniões onde foi aprovado esta terça-feira o pedido de empréstimo solicitado pela governadora Raquel Lyra. Presidindo um colegiado onde o Governo tem cinco votos e a oposição quatro, Antonio passou todo o final de semana negociando o projeto e precisou adiar o início do encontro para as 12h15m quando o horário marcado era 10h30m. Só no último minuto o martelo foi batido.

Marcelo Gouveia assume o Podemos

Esta quarta-feira em Brasília, na sede nacional do Podemos, o prefeito de Paudalho, Marcelo Gouveia, assume a presidência do partido em Pernambuco. O ex-deputado federal Ricardo Teobaldo, atual presidente, será o vice. Marcelo é mais um político do interior a ganhar força estadual. Com grande habilidade política foi coordenador da candidatura a governadora de Marília Arraes (Solidariedade) e conseguiu ajudar a eleger o irmão, deputado estadual Gustavo Gouveia como primeiro-secretário da Alepe. Promete trabalhar pelo crescimento da legenda e, dependendo de segurança jurídica, pode vir a atrair para o Podemos deputados hoje no Solidariedade, incluindo o irmão Gustavo.

Filme sobre judeus no Nordeste

Será dia 01 de junho a exibição em pré-estréia do filme “Lembrar para Não Esquecer – A saga dos Judeus no Nordeste Brasileiro”. A exibição está marcada para as 19h30m no Cinema do Porto, no Cais do Apolo (antigo prédio do Bandepe) . A película foi produzida pela RTV Produções de Carol Carvalho e tem como diretor Léo Crivellare. Mostra o caminho feito pelos judeus, então chamados de cristãos-novos, na época do Brasil Colônia, até o Nordeste brasileiro onde fincaram raízes, fundando inclusive a Primeira Sinagoga das Américas, na atual Rua do Bom Jesus, antiga Rua dos Judeus, e indo para o interior da Paraíba e Rio Grande do Norte, sobretudo.

Pergunta que não quer calar: quais candidatos disputarão com chances as duas vagas a serem abertas no TCE?

E-mail: terezinhanunescosta@gmail.com